quinta-feira, 14 de abril de 2011

Norte-americanos condenam bombardeios contra a Líbia


Líderes sindicais e comunitários, professores, estudantes, trabalhadores e dirigentes de entidades realizaram manifestações pelo fim da agressão dos EUA/Otan à Líbia em Nova Iorque e San Francisco

Dezenas de milhares participaram da manifestação em Nova Iorque contra a agressão à Líbia e a ocupação do Iraque e Afeganistão. O ato realizado no dia 9 foi convocado pele Comitê Nacional Unificado Contra a Guerra (UNAC, sigla em inglês) e seguido de uma manifestação no centro da cidade de San Francisco.

O coordenador da UNAC, Joe Lomardo, destacou que “em determinado ponto, a marcha se estendeu por 20 quarteirões”.

Ele ressaltou que os contingentes mais diversos integraram o ato: “sindicalistas, trabalhadores imigrantes, ativistas e lideranças comunitárias, estudantes e professores, participando com suas bandeiras, tambores e palavras de ordem”. Para os organizadores foi um dos maiores atos contra a guerra realizados na cidade de Nova Iorque nos anos recentes.

Sara Flounders, que representou no ato a organização International Action Center, presidida pelo ex-ministro da Justiça, Ramsey Clark, declarou que “este ato mostra que é possível construir nos Estados Unidos um movimento massivo contra a guerra mesmo diante das campanhas de propaganda da mídia corporativa”.

A principal faixa do ato dizia: “Dinheiro para empregos, não para a guerra – Tragam as tropas de volta já!”
“GUERRA POR LUCROS”

A Coalizão ANSWER, que também participou da marcha, distribuiu um folheto no qual denuncia que “o governo dos EUA sempre declara que a invasão do Pentágono ou os ataques a bomba é por objetivos humanitários e não imperialistas, mas tanto o ataque à Líbia como os anteriores foram por lucros e controle político”.

“O governo diz que está quebrado e ataca os sindicatos e os serviços sociais vitais, mas encontra fundos ilimitados para suas infindáveis aventuras militares e para seus amigos de Wall Street”, encerra o folheto.

Em entrevista à PressTV um dos manifestantes declarou: “Estou cansado desta elite que quer continuar governando este país e corresponde a 1% da sociedade e está nos levando a guerras que não necessitamos e ainda por cima sem pagar os devidos impostos”.

Outro manifestante acrescentou que “onde está o Obama que durante a eleição disse “Sim, nós podemos!” e agora não vemos nenhuma ação. Temos que parar estas guerras”.

As grandes manifestações nas cidades de Nova Iorque e San Francisco foram precedidas por atos em mais de 40 cidades dos EUA em se lia faixas “Parem de bombardear a Líbia!”. Naquela rodada de manifestações, a mais expressiva foi a de Los Angeles com um grande contingente de alunos das escolas públicas.

“DECISÃO É DOS LÍBIOS”

“Somos contra qualquer ação militar contra a Líbia, o povo líbio, e somente ele, deve ser o senhor de seu próprio destino”, concluiu o dirigente da ANSWER, Brian Becker que esteve presente no ato de 26 de março em Washington.

Naquele ato na capital, o veterano de guerra do Iraque, Ryan Endicott, que serviu na cidade de Ramadi afirmou: “Tomei consciência, por minha própria experiência, de que o nosso inimigo não é o povo do Iraque, que há oito anos luta para sobreviver e acabar com uma ocupação brutal. Não é o povo do Afeganistão que agora também luta pelas mesmas razões ou o povo da Líbia. A maior ameaça ao povo dos Estados Unidos não está a milhares de quilômetros mas a alguns metros, está dentro da Casa Branca, no Pentágono ou em Wall Street. São os banqueiros que tomam nossas casas, os executivos das corporações que nos tiram de nossos empregos e ainda levam milhões de dólares em comissões”.
HP

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