quinta-feira, 14 de abril de 2011

China divulga estudo sobre abusos dos EUA aos DDHH



O Escritório de Informação do Conselho de Estado da China divulgou o Registro de Direitos Humanos nos Estados Unidos em 2010 em resposta ao Informe Anual por Países sobre Práticas de Direitos Humanos em 2010 publicado em 8 de abril pelo Departamento de Estado dos EUA.

Os relatórios norte-americanos estão “cheios de distorções e acusações sobre a situação dos direitos humanos em mais de 190 países e regiões, incluído a China. Porém, os Estados Unidos ignoram sua própria situação terrível de direitos humanos, e rara vez a menciona”, afirma o Relatório chinês, antes de registrar que a Casa Branca transformou “os direitos humanos em instrumento político para difamar a imagem de outras nações e para conseguir seus próprios interesses estratégicos”.

O Relatório observou que não se justifica que esse país se arvore em “justiça em direitos humanos do mundo”, com um histórico funesto conhecido sobre seus próprios direitos humanos, com carências básicas sofridas pela maioria de sua população, vítima de racismo, violência, fome, desemprego, acosso, falta de privacidade, de liberdade política, sindical e social. Essa pretensão evidencia a hipocrisia dos Estados Unidos ao exercer critérios duplos sobre direitos humanos e sua tentativa de buscar a hegemonia sob pretexto de defensora dos direitos humanos, acrescenta.


O documento chinês aconselha ao governo estadunidense que “tome medidas concretas para melhorar sua própria situação” antes de baixar normas para os outros, que examine e retifique suas atividades nesse terreno e “que detenha seus atos hegemônicos, que consistem em utilizar os diretos humanos para interferir nos assuntos internos de outros países”.

Abaixo, trechos do documento chinês:



Violações aos direitos humanos
  
As guerras do Iraque e Afeganistão, dirigidas pelos EUA, causaram enormes quantidades de vítimas entre os civis.

Segundo cifras oficiais reproduzidas pelo Informe, entre março de 2003 e finais de 2009 registrou-se um total de 285.000 vítimas no Iraque, mais de 65% civis. Esses números, aceitos mesmo que extraoficialmente por Washington, são reconhecidamente subestimados. Um informe dado a conhecer em janeiro de 2008 (realizado pela empresa britânica ORB em colaboração com uma instituição iraquiana independente, IIACSS) calcula em mais de um milhão os iraquianos mortos desde o início da ocupação, uma cifra 4 vezes superior às oficiais. Esse estudo ratifica o balanço feito pelos dois estudos anteriores realizados pela Escola de Saúde Pública Bloomberg da Universidade Johns Hopkins de Baltimore (EUA) e publicados na revista médica The Lancet.


“As ações militares estadunidenses no Afeganistão e outras regiões deixaram numerosas vítimas entre a população local”, acrescenta o informe, citando o “esquadrão da morte” formado por cinco soldados da infantaria das forças armadas estadunidenses no Afeganistão. As vítimas dos criminosos foram escolhidas ao acaso entre civis afegãos e esquartejados, para depois colecionar ossos humanos.

Abuso a prisioneiros

Sob pretexto de sua “guerra contra o terrorismo”, os EUA mantiveram indivíduos em detenção indefinida, sem acusações ou julgamentos e abusaram dos detidos por diversos meios, lembra o Informe.

A Agência de Inteligência Central (CIA) criou centros de detenção secretos para interrogar aos denominados “presos de valor elevado”, de acordo com um informe-estudo conjunto apresentado ao Conselho para os Diretos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), em maio de 2010.

A CIA aplicou várias “técnicas realçadas” de distintos níveis a muitos de seus presos, que incluíram situações de stress, mudanças bruscas da temperatura, privação do sono, assim como a técnica conhecida como “waterboarding” ou “submarino”.

Discriminação racial

Um terço dos negros sofre discriminação em seus lugares de trabalho, mesmo que só uma 1/16 parte do total faria uma queixa formal por esse motivo.

A taxa de desemprego entre os negros, hispânicos e asiáticos é alta e eles não têm os mesmos direitos políticos que a população branca. A proporção de pobreza entre as minorias nos Estados Unidos também é alta. Na população negra foi em 2009 de 25,8%, enquanto que nas comunidades de origem hispânica e asiática foi de 25,3 e 12,5%, respectivamente, bem maior que a dos brancos não hispânicos, que foi de 9,4%, acrescentou o informe.

Esses setores nos Estados Unidos se enfrentam a una óbvia situação de desigualdade em matéria de educação e de atenção médica.

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