sábado, 23 de abril de 2011

“Cada conquista do povo brasileiro é um reflexo do sonho dos Inconfidentes”

Em Ouro Preto, a presidenta Dilma Rousseff e o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, participam da cermônia em comemoração ao Dia 21 de Abril, realizada na Praça Tiradentes. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Uma homagem aos inconfidentes e a Tiradentes, que lutaram para construir uma nação mais próspera e justa. Com essas palavras, a presidenta Dilma Rousseff sintetizou o espírito do 21 de Abril, “uma das datas mais significativas da história das lutas pela emancipação política do Brasil”. Nesta quinta-feira (21/4), em Ouro Preto (MG), após ser condecorada com o Grande Colar, grau máximo da Medalha da Inconfidência, a presidenta Dilma relembrou a luta de Tiradentes e dos inconfidentes que sacrificaram a própria vida em prol do sonho da democracia e da liberdade.
“Em 21 de abril de 1792, há 219 anos, Joaquim José da Silva Xavier, o nosso Tiradentes, foi executado por ter sonhado com a independência do Brasil. O regime colonial quis punir de maneira exemplar, na pessoa de Tiradentes, a audácia dessa luta e desse sonho. Ao prendê-lo, ao executá-lo, quis extinguir para sempre o ideal mineiro e brasileiro de emancipação. Foi inútil. A revolta dos inconfidentes, que eles sufocaram, lançou para sempre a semente de liberdade no coração dos brasileiros”, disse.
Para Dilma Rousseff, o ideal lançado por eles se traduz na tarefa de construção de um Brasil soberano e democrático, a qual todos os brasileiros devem e se dedicam cotidianamente. Entretanto, lembrou a presidenta, tal tarefa ainda não está inteiramente concluída. Ao citar a famosa frase de Tancredo Neves, “Enquanto houver neste país um só homem sem trabalho, sem pão, sem teto e sem letras, toda a prosperidade será falsa”, a presidenta frisou que o Brasil não será próspero efetivamente enquanto existir miséria.
“Por razões evidentes, a miséria inibe o exercício pleno da cidadania. O resgate da pobreza equivale a uma verdadeira emancipação política”, afirmou.
Ela lembrou que o Brasil, atualmente, cresce, gera empregos, distribui renda e tira milhões de pessoas da pobreza extrema; milhões de brasileiros e brasileiras que passam a integrar o “contingente dos cidadãos plenos, daqueles que têm acesso desimpedido aos bens de consumo; à saúde, à educação e à cultura”, e que isso se reflete num novo grau de amadurecimento da consciência cívica, em um ambiente de crescente liberdade. Neste caminho – continuou – entrelaçam-se o desenvolvimento e a inclusão.
Presidenta Dilma Rousseff durante sepultamento simbólico dos restos mortais dos inconfidentes José de Resende Costa, João Dias Mota e Domingos Vidal de Barbosa no Panteão dos Inconfidentes. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Antes da cerimônia em comemoração ao Dia 21 de Abril, a presidenta participou do sepultamento simbólico, no Panteão do Museu da Inconfidência de Ouro Preto, dos restos mortais de três inconfidentes: Domingos Vidal Barbosa (1761-1793), João Dias da Mota (1744-1793) e José de Resende Costa (1728-1798), e de homenagem às inconfidentes Maria Dorotéia Joaquina de Seixas e Bárbara Eliodora Guilhermina da Silveira.
“É em nome deles, em nome de Tiradentes, que vamos continuar construindo uma nação cada vez mais próspera e cada vez mais justa. Em nome deles e do sopro secular de liberdade que emana aqui de Minas e de Ouro Preto que nós temos que saber responder à indagação de Cecília Meireles diante do sacrifício de Tiradentes: ‘De que alma é que vai ser feita essa humanidade nova?’”.
A resposta a indagação de Cecília Meireles, a própria presidenta fez questão de dar: “Da alma generosa de mineiros livres, de brasileiros livres, solidários e prósperos, essa é a resposta”, concluiu Dilma Rousseff.
Grande Colar - Mais alta comenda concedida pelo governo de Minas Gerais, a Medalha da Inconfidência também foi outorgada a 238 personalidades e instituições que se destacaram por sua contribuição ao estado e ao país. Dentre os agraciados deste ano estão os ministros da Saúde, Alexandre Padilha; da Cultura, Ana de Holanda; da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho; do Planejamento, Miriam Belchior; e da Justiça, Jose Eduardo Cardozo; o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia; e os governadores do Espírito Santo, José Renato Casagrande; e do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini.
A Medalha foi criada em 1952, durante o governo de Juscelino Kubitschek, e é entregue sempre no dia 21 de abril, com três designações: Grande Medalha,Medalha de Honra e Medalha da Inconfidência, além do Grande Colar, concedido a chefes de Estado.
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