quinta-feira, 14 de abril de 2011

Brics condenam autorização dada por Ban Ki Moon para ataques à Costa do Marfim



O Brasil, a Índia, a China, a Rússia, a África do Sul e Portugal condenaram a autorização dada pelo Secretário da ONU, Ban Ki Moon, para os ataques à casa do ex-presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, ao Palácio Presi-dencial e às bases leais ao ex-presidente.
 
Gbagbo, após ter perdido eleição em novembro de 2010, alegando fraude, recusou-se a deixar o cargo e dar posse a Alassane Ouattara dando origem aos conflitos.
 
A missão de manutenção de paz da ONU que conta com cerca de 10 mil soldados na Costa do Marfim confirmou os ataques com seus helicópteros ontem (10); Gbagbo foi preso hoje (11) por tropas francesas e levado para o Hotel Golf onde Ouattara montou a sede provisória do governo. Ouattara prometeu zelar pela integridade física e os direitos do ex-presidente.
 
A França, ex-potência colonizadora da Costa do Marfim que sempre teve boas relações com o Presidente Gbagbo apoiou Ouattara nas eleições e mantém no país africano 1600 soldados da Força Licorne. Os franceses também participaram dos ataques e ocupam o aeroporto de Abidijan, a maior cidade e centro econômico-financeiro do país.
 
Brasil, Índia e África do Sul que ocupam cadeiras não permanentes no Conselho de Segurança da ONU e embora tendo aprovado a Resolução 1975 manifestaram-se em reuniões em Nova York suas preocupações quanto a aplicação da resolução da ONU, pois se a Missão da ONU na Costa do Marfim toma posição em apoio a uma das partes beligerantes ela se torna parte do conflito. O Brasil pediu em declaração de voto “cautela e imparcialidade” nas intervenções da ONU. A Rússia e Portugal apoiaram essa posição. A China e Rússia já haviam criticado a ONU por tomar parte no conflito apoiando uma das facções, interferindo nos assuntos internos do país.
 
O Ministério das Relações Exteriores da China instou as partes envolvidas “a terem calma e por fim aos conflitos por meio das negociações e consultas lamentando o grande número de vítimas civis. A China está preocupada com a situação da segurança daqui para frente na Costa do Marfim. “Estamos dispostos a fazer esforços conjuntos com a comunidade internacional e a desempenhar um papel construtivo para conseguir o desenvolvimento pacífico e a estabilidade do país africano.
 
R.C.

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