sábado, 23 de abril de 2011

ANP dá nota “A” para BP, após catástrofe nos EUA



Um ano após sua espetacular performance no Golfo do México, quando uma explosão destruiu a plataforma Deepwater Horizon causando o maior desastre ecológico dos EUA, a multinacional inglesa British Petroleum (BP) foi contemplada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) com a classificação de operadora ‘A’, maior nível para atuação no Brasil. “Nós constatamos que a BP tem todos os requisitos para ser operadora ‘A’. Agora o que estamos fazendo é seguir os trâmites da ANP. Tem que enviar os documentos, tem que checar, para ir para aprovação final da diretoria”, afirmou Magda Chambriard, diretora da agência, na terça-feira (19).
Com a classificação de operadora ‘A’, a BP tem o aval da ANP para operar em blocos localizados em águas profundas (profundidade acima de 400m), águas rasas (profundidade de até 400m) e em terra.


Em março de 2010, a BP fechou acordo para compra de ativos da Devon no Brasil, que inclui participação em oito blocos concedidos nas bacias de Campos e Camamu-Almada, em lâminas d’água que variam entre 100m e 2780m, e duas concessões em terra na Bacia de Parnaíba. Os blocos da Bacia de Campos compreendem o campo de Polvo e as descobertas Xerelete, Wahoo (no pré-sal) e Itaipu. A transação ainda depende da anuência da ANP. Mas, a compra é dada como certa. “Mas nós não estamos antecipando nenhuma dificuldade [para a aprovação do negócio]. A tendência é a aprovação”, disse a diretora da agência.
Ao avaliar o desastre no Golfo do México,

o advogado norte-americano Robert Wiygul, que trabalhou por muito tempo para petroleiras e hoje é advogado de entidades ambientalistas, declarou: “O ponto é que, se você vai perfurar a uma profundidade de 1.524 metros, você precisa ter capacidade para controlar o que está fazendo”. No caso da BP, ao contrário da Petrobrás, tudo indica que não tem experiência nenhuma em operar em águas com 1500 metros de profundidade. No Golfo do México, onde a produção de petróleo em águas rasas está praticamente esgotada, nos cinco primeiros meses de 2009, houve 39 explosões em poços de petróleo.


No dia 20 de abril de 2010, após a explosão da plataforma operada pela BP no Golfo do México forram jorrados no mar milhões de litros de petróleo durante três meses. Onze pessoas foram mortas e milhares de animais foram atingidos pelo óleo, que só foi controlado em 19 de setembro. Após doze meses, os moradores, as indústrias, o turismo e a pesca ainda sentem o impacto da maior tragédia ambiental americana.
HP

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