domingo, 20 de março de 2011

Tropa da Arábia Saudita invade o Bahrein
para reprimir manifestantes desarmados


Na segunda, dia 14, tropas da Arábia Saudita atravessaram a ponte que liga o país ao Bahrein. A invasão ocorreu para abafar os protestos contra o governo que acontecem desde 14 de fevereiro, exigindo melhorias das condições de vida da população além de um regime representativo no lugar da ditadura monárquica que reina sobre a ilha.

A entrada das tropas sauditas aconteceu dois dias depois da visita do chefe do Pentágono, Robert Gates, ao Bahrein e Arábia Saudita. No dia 27 de fevereiro o Bahrein testemunhou o maior protesto desde o início da rebelião popular; foram 100 mil, correspondendo a um quinto de toda a população. A praça Pérola, como é chamada a praça central da capital Manama, tem sido o palco de ocupações e confrontos com a polícia.

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, apressou-se a declarar de que “isso não é a invasão de um país”. A ONU, por sua vez, com o Conselho de Segurança ocupado em discutir a imposição de uma zona de exclusão aérea na Líbia, não se pronunciou a respeito.

A Confederação Sindical que congrega as principais entidades de trabalhadores do Bahrein e ainda sete partidos de oposição denunciaram a entrada de tropas como “ocupação aberta do Bahrein, declaração de guerra e uma conspiração contra o povo desarmado”, além de revelar que mais tropas sauditas já se encontravam no país.

Localizada à entrada do Golfo Pérsico, e portanto passagem para petroleiros do Iraque e Kwait, além de navios iranianos, é considerada estratégica e é lá que está fundeada a 5ª Frota dos EUA.

A oposição declarou ainda: “Os assassinatos e a escalada de segurança destruíram o princípio de diálogo que num primeiro momento pareceu existir e deixaram o país à mercê da invasão militar”, acrescentou a declaração da oposição.

O rei decretou o estado de emergência por três meses e, depois da invasão por parte da Arábia Saudita, foi decretada a Lei Marcial e o toque de recolher. Mesmo assim, manifestantes fecharam as ruas que dão acesso ao distrito financeiro e fizeram diversas passeatas na principal universidade.

Não é a primeira vez que a monarquia saudita se presta a operacionar ação militar em favor dos interesses do Império. Serviu de base durante a primeira invasão dos EUA ao Iraque e ofereceu tropas para apoiar a invasão.
HP
                       
                               

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