domingo, 20 de março de 2011

Agripino se elege presidente do Dem tentando segurar o que ainda sobrou do partido

O senador José Agripino (RN) foi eleito presidente do Dem, na terça-feira (15), em uma convenção que reuniu pouco mais de cem pessoas, em Brasília. A escolha da nova executiva, com mandato-tampão até dezembro, foi antecipada na tentativa de evitar a implosão da sigla – esfacelada pela disputa interna aberta com a derrota eleitoral e a iminência de perder quadros importantes, como o prefeito paulistano Gilberto Kassab.

Sem citar o nome do prefeito de São Paulo, que não apareceu na convenção, José Agripino disse que “ninguém se abriga por oportunismo numa legenda de oposição”.

O novo presidente admitiu que terá pela frente “uma tarefa duríssima”, reconhecendo que o partido está imerso em divergências internas. Ele rejeitou o rótulo de “partido de direita”, apesar de defender em seu discurso que a legenda precisa resgatar suas bandeiras, como a defesa do Estado mínimo e maior participação do setor privado. Ele buscou agradar a senadora Kátia Abreu (TO), que também ameaça sair do partido, acenando com a defesa do agronegócio.

A senadora disse que Agripino merece um voto de confiança, mas cobrará critérios mais abertos na eleição dos diretórios regionais. “Tivemos um mau resultado em 2010 por causa da má gestão do presidente Rodrigo Maia (presidente desde 2007)”, atacou.

O líder na Câmara, ACM Neto (BA), também admitiu as dificuldades do partido. “O Dem vive um mar de rosas? Não. Conseguimos resolver seus problemas? Não. Mas, quem acompanhou o partido nos últimos anos e quem está acompanhando esta convenção de hoje percebe que estamos dando passos largos para a unidade interna”, disse, num otimismo inexplicável.

As lideranças do Dem esperam ainda demover o vice-governador de São Paulo, Afif Domingos, a também sair do partido. Afif declarou que seu grupo não está “afinado com a direção do partido” e negocia a formação de uma nova legenda com Kassab, pois fazem parte do grupo “rejeitado” pela cúpula do partido. “Eu participo de um grupo político, que é o grupo político que acabou sendo rejeitado, assim como o prefeito”, disse.
 HP

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