Requião: “uma nação se constrói com um mercado interno forte e aumentos salariais substantivos”

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) afirmou, em seu discurso no Senado, na última segunda-feira (7), que a reforma da política econômica é a mudança mais importante que o Brasil precisa empreender. Segundo ele, a reforma econômica “passa pelo fim da autonomia do Banco Central”. Requião criticou a atual taxa de juros real praticada pelo Brasil, de 5,5%, e apontou que a Austrália, possui a taxa mais alta, após a do Brasil: 1,9%. Para ele, a economia brasileira deve dar mais valor ao capital produtivo, ao invés de supervalorizar o capital financeiro.

O ex-governador do Paraná ressaltou que a reforma econômica deve incluir o incremento do mercado interno, elevação de salários, redução de impostos, controle da depreciação do dólar e “defender o interesse nacional de forma extraordinariamente clara, com a utilização de todos os meios tributários possíveis”.

Na sexta-feira (4), o senador já tinha ocupado a tribuna e frisou que “uma nação se constrói com uma política de juros que não puna quem produza”. “Não se faz uma nação com os juros mais altos do planeta”

Em seu primeiro discurso na Casa, o senador apontou que o mercado interno e os “aumentos salariais substantivos” como fundamentais para a construção de uma nação. “Uma nação se faz com aumentos salariais substantivos, a fim de que na crise se crie um mercado forte, fazendo rodar com velocidade o círculo virtuoso da economia”, disse.

Para ele, é necessária uma “política industrial planejada nacionalmente, com crédito farto e barato, com inovação tecnológica, com subsídios, com salvaguardas alfandegárias, com tarifas diferenciadas”.

Requião também destacou que é necessário o controle do câmbio, frente à depreciação do dólar, que permite a destruição da “nossa base industrial e avilta os preços de nossa produção agrícola”. O senador destacou a política agrícola para libertação do país. “Uma nação não se constrói com a transformação de nossas melhores terras em plantations, produzindo grãos para alimentar o gado dos países desenvolvidos”, disse.

hp