quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

“Alvo dos EUA é o pré-sal”, diz presidente da Amcham

O presidente executivo da Amcham (Câmara Americana de Comércio) no Brasil, Gabriel Rico, revelou que um dos interesses da visita do presidente americano Barack Obama ao país, entre os dias 19 e 20 de março, será favorecer as empresas americanas instaladas aqui ou que exportam para o país, principalmente aquelas que fornecem equipamentos para os setores de petróleo e infraestrutura.

Segundo o representante da Amcham, o “pré-sal é alvo da visita de Obama ao Brasil”. “Com a visita de Obama, o Brasil passa a ser visto com um parceiro estratégico para os Estados Unidos, e não apenas como um parceiro comercial importante”, declarou ao portal IG, domingo (20), avaliando que a indústria brasileira de petróleo está entre os setores que mais interessam aos Estados Unidos.

Os motivos apontados para esse interesse é que os EUA precisam dobrar suas exportações, para tirar a economia do buraco depois da crise iniciada no setor imobiliário e que ainda está longe de ser superada.

As declarações de Rico reforçam a revelação do secretário-adjunto para Assuntos Econômicos, Energéticos e Comerciais estadunidense, Jose W. Fernandez, durante um encontro promovido pela Amcham, em São Paulo, de que o presidente Barak Obama determinou a seus auxiliares que colocassem o Brasil como prioridade nas exportações.

“O Brasil irá nos ajudar com a meta de exportações, um dos exemplos que temos é ligado ao setor de petróleo e gás, que de 2009 para 2010 já cresceu 25% com a compra de equipamentos para a área dos Estados Unidos”, disse Fernandez. De acordo com o secretário, o Brasil constitui hoje “uma potência e servirá como válvula para o crescimento das nossas exportações”.

O Brasil, que sempre vendeu mais mercadorias do que importava dos EUA, viu a balança comercial com o país se inverter nos últimos dois anos, como resultado da desvalorização artificial do dólar – promovida pelos norte-americanos com o objetivo de ampliar as exportações, tornando seus produtos mais baratos no resto do mundo.

Segundo dados fornecidos pela Amcham, as importações de produtos americanos pelo Brasil cresceram 35%, de US$ 20 bilhões em 2009 para US$ 27 bilhões em 2010. As exportações brasileiras para o EUA aumentaram bem menos, ou 23,7%, de US$ 15,6 bilhões em 2009 para US$ 19,3 bilhões no mesmo período. A balança, antes superavitária para o Brasil, agora é favorável aos EUA e o saldo vem se ampliando.

O presidente da Câmara Americana avalia ainda que, para colocar em prática a política de invasão do Brasil com seus produtos, o foco da visita de Obama será no diálogo bilateral, voltado a fortalecer as relações da Casa Branca com o país, deixando as relações com a América Latina em segundo plano.
 HP

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