terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Volta de Baby Doc ao Haiti foi engendrada pelos EUA

Nelson del Castillo, secretário-geral adjunto da Federação Latino-Americana de Jornalistas (Felap) denunciou a participação dos EUA no retorno de Baby Doc. “Sua chegada ao Haiti não pegou de surpresa os Estados Unidos, não só pela forma com que foi recebido no aeroporto de Porto Príncipe, mas também porque embarcou sem nenhum problema no avião que o trouxe de Paris”.
O líder haitiano, o agrônomo Edmond Frederic, também afirmou que a volta de Duvalier, realizada no dia 16 de janeiro, “pode servir para, mediante uma farsa judicial, jogar terra sobre os crimes de lesa humanidade que cometeu durante os 15 anos que governou com absolutismo”.

“Querem”, aventou, “fazer viável uma candidatura de Duvalier à presidência após anos de crise de governo provocada pelas potências estrangeiras que impediram a democratização da nação haitiana”.

A congessista norte-americana, Maxine Waters, questionou a tranquila aparição de Baby Doc no Haiti. “Quem apoiou Duvalier em seu retorno? Nenhum funcionário do governo dos EUA tinha conhecimento de seus planos? A CIA tinha noção de seu eminente retorno?”. Enquanto isso, o ex-presidente deposto, Jean-Bertrand Aristide, segue com seu retorno barrado e sem passaporte validado. O de Baby Doc foi revalidado pelo Consulado do Haiti na França.

“Ao contrário de Cuba, que realmente tem ajudado o povo do Haiti desde o desastre provocado pelo terremoto, nem a França nem os Estados Unidos têm interesse em ajudar ao Haiti a superar o endêmico atraso econômico, político e social que padece”, afirmou o agrônomo haitiano.

O porta-voz do governo norte-americano, P.J. Crowley, ficou mudo com relação à volta do fascínora Baby Doc, mas sobre o ex-presidente deposto pelos EUA em 2004 afirmou: “Não duvidamos que o presidente Aristide tem o desejo de ajudar o povo do Haiti. Mas hoje o Haiti precisa focar em seu futuro e não em seu passado”.

Maxine Waters destacou os complôs para controlar o Haiti que “transitam do ridículo para o absurdo”.

“Depois de eleições forjadas, sem a participação do principal partido o Lavalas, o mais popular entre os pobres do Haiti (do ex-presidente Aristide), o retorno de Baby Doc Duvalier, ditador absolutamente brutal com extensiva documentação de suas violações aos direitos humanos”.

“Se as eleições tivessem sido inclusivas e livres o resultado mais provável seria a eleição de um presidente que representasse a maioria empobrecida do Haiti. Mas isso contraria os que querem explorar o povo do Haiti usando seu trabalho barato “, acrescentou Waters.
HP

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