quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Procuradoria-geral da Colômbia denuncia:

170 mil civis assassinados por paramilitares em 5 anos

A Procuradoria-geral da Colômbia instaurou 173.183 processos relativos a homicídios de civis, 34.467 de desaparecidos, além de 1.597 chacinas cometidas por paramilitares da supostamente extinta Auto-Defesa Unidas da Colômbia (AUC), de 2005 a 2010.

Membros da AUC também perpetraram o deslocamento forçado em 74.990 comunidades e o recrutamento forçado de 3.557 menores.

As autoridades judiciais denunciam que os antigos para-militares cometeram 3.532 casos de extorsão, 3.527 de seqüestros.

O movimento sindical colombiano também tem sido alvo da ação dos para-militares. Fazendo uso da estrutura do Estado, o grupo assassinou pelos menos 2.778 sindicalistas desde 1986, foi responsável por 196 desaparições forçadas e por mais 11.096 ações de violência – respondendo por mais de 60% dos assassinatos cometidos contra sindicalistas em todo o mundo, “o que constitui um genocídio contra o movimento sindical colombiano”, denuncia Luis Alberto Vanegas, do Departamento de Direitos Humanos da CUT, principal central sindical do país.

A presidente do Partido Pólo Democrático Alternativo, Clara López, assinala que desde agosto, 50 líderes e defensores dos direitos humanos, entre eles pessoas que reivindicavam a restituição de terras, foram assassinados na Colômbia. “O que demonstra a persistência de fenômenos como a parapolítica, o a-poio à violência por parte de alguns empresários e mul-tinacionais”, afirma Clara.

“O Estado e o governo colombiano, em união com empresários, multinacionais e setores de direita, agem para ocultar o genocídio desenvolvido por um trabalho diplomático em nível internacional com a finalidade de ignorar que o movimento sindical continua sendo vitimi-zado, buscando impor o esquecimento a sistemática violência sindical”, denuncia Vanegas.

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