quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

“Zapatero atua como porta-voz do capitalismo de cassino”, afirma UGT

“Rodríguez Zapatero está atuando como porta-voz do capitalismo de cassino, dos mercados financeiros e do núcleo mais reacionário da União Europeia. O governo parece disposto a desmontar em poucos meses o que tanto tempo nos custou levantar. Zapatero acha que pessoas podem ser desempregadas; pensionistas, jovens, dependentes, empregados públicos, mulheres e imigrantes, podem perder direitos para ele restabelecer o ‘índice de confiança’ dos mercados na Espanha. Tudo pela banca”, disse em Madri o secretário-geral da União Geral de Trabalhadores (UGT), Cándido Méndez, na manifestação em rechaço da política econômica e social do governo que reuniu centenas de milhares de pessoas em várias cidades da Espanha, no dia 18 passado.
O dirigente das Comissões Obreiras (CCOO), Ignacio Fernández Toxo, assinalou que um governo democrático não pode seguir os ditados dos mercados, personificados nas 37 maiores empresas do país, muitas delas multinacionais, a cujos representantes recebeu em La Moncloa dias antes que o Conselho de Ministros aprovasse, no dia 3 de dezembro, o decreto-lei com novas medidas de ajuste e privatizações da empresa Aeroportos Espanhóis e Navegação Aérea (AENA) e a Loteria nacional.
Os sindicalistas das duas principais centrais espanholas, no ato de Madri, que reuniu mais de 50 mil pessoas, advertiram que “haverá outra greve geral em janeiro se o governo eleva a idade da aposentadoria para os 67 anos, é a gota d’água”.
“Um governo com um mínimo de sensibilidade não pode eliminar a ajuda de 426 euros aos desempregados, condenando milhares de famílias à miséria. Zapatero com a sua subserviência está cometendo um suicídio político”.
No sábado (18/12) houve manifestações em 39 cidades da Espanha, contra as medidas do governo, repudiando a reforma trabalhista e as privatizações.
Em Barcelona participaram 60.000 pessoas, em Andalucía 40.000, Valencia 30.000, em Oviedo outras 30.000, em Valladolid e em Zaragoza 30.000 pessoas tomaram as ruas das cidades.
Em Vigo, La Coruña, Murcia, Alicante, Bilbao, Santander, Pamplona, Caná-rias, Cáceres, Castellón e em Castilla-La Mancha, milhares de pessoas acompanharam a mobilização em defesa dos direitos dos trabalhadores e exigiram que a responsabilidade da crise fosse cobrada dos bancos e dos monopólios.

 
ITALIA

No mesmo sábado (18/12), milhares de estudantes, acompanhados de trabalhadores, aposentados e imigrantes, tomaram as ruas, poucos dias depois da votação das moções de desconfiança e censura contra o primeiro-ministro Berlusconi rejeitada por vantagem de 3 votos no Congresso sob denúncias de compra de votos dos parlamentares.
Alunos secundaristas e universitários foram reprimidos pela polícia em Nápoles, Palermo e Roma.
Os atos continuam pois segue a discussão no Senado do decreto Gelmini, mediante o qual se pretende diminuir o financiamento às universidades, reduzindo as bolsas de estudo e pesquisa. 

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