sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Jobim diz que foi mal interpretado pelo embaixador norte-americano

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, desmentiu em nota à imprensa que tivesse feito críticas ao diplomata Samuel Pinheiro Guimarães, ex-secretário-geral do Itamaraty, como entendeu o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Clifford Sobel.

Segundo o embaixador norte-americano, Jobim lhe teria dito, em janeiro de 2008, que Samuel Pinheiro Guimarães “odeia os EUA” e estava tentando criar problemas na relação entre os dois países.

Segundo a assessoria do Ministério da Defesa, Jobim telefonou para Guimarães, que atualmente é ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), para desmentir a declaração, esclarecendo que “em algum momento conversa sobre ele com o embaixador” mas disse que o tratou com respeito e classificou Samuel Guimarães “como um nacionalista, um homem que ama profundamente o Brasil”. “Se o embaixador disse que Samuel não gosta dos Estados Unidos, isso é interpretação do embaixador, eu não disse isso. Samuel é meu amigo”, afirmou Jobim.

Além disso, nos telegramas encaminhados ao Departamento de Estado, vazados pelo site Wikileaks, que divulgou 250 mil documentos de intrigas da CIA contra todo mundo, Sobel faz fofoca sobre supostas conversas que teria mantido com ministro, em que Nelson Jobim aparece tratando os colegas do Ministério das Relações Exteriores com menosprezo, além de passar informações sobre governos vizinhos. Na visão de Sobel, Jobim lhe teria dito que o presidente da Bolívia, Evo Morales, teria um “grave tumor” na cabeça, o que teria sido revelado em uma reunião com Lula em La Paz. Lula teria oferecido tratamento em São Paulo. “O tumor poderia explicar por que Morales demonstrou estar desconcentrado nessa e em outras reuniões recentes”, teria avisado Jobim.

Os telegramas de Sobel ainda fazem comentários afrontosos sobre a política externa e interna brasileira, particularmente em relação à preocupação do país em defender a Amazônia e o petróleo do pré-sal.

O presidente Lula também desqualificou os telegramas de Sobel. “Eu acho que as coisas que vi são insignificantes e não merecem ser levadas a sério. Na verdade não sou obrigado a acreditar num telegrama do embaixador americano”, disse. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, declarou que não vai comentar as “percepções de agentes diplomáticos americanos” sobre a diplomacia brasileira. De Washington, onde foi participar de um seminário, o ministro classificou o teor dos documentos de Sobel como “pouco relevante” e ironizou: “Devo dizer que não estou tão emocionado como a maioria de vocês
HP

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