quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Governo investirá mais R$ 46 bilhões nas ferrovias brasileiras



Ferrovias


A segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) prevê investimentos de R$ 46 bilhões na malha ferroviária brasileira. Parte desse investimento será usado na extensão sul da Ferrovia Norte-Sul, ligando Anápolis (GO) a Estrêla D’Oeste (SP), que conta com 670 quilômetros. O projeto será iniciado nesta quinta-feira (23/12) com o presidente Lula participando na cidade goiana de cerimônia de assinatura de ordem do início das obras.

De acordo com a Valec -- Engenharia e Construções e Ferrovias SA, as obras o trecho sul está dividido em cinco lotes, começando no município de Ouro Verde, cruzando o sudoeste goiano -- região de agronegócio -- e parte de Minas Gerais, até chegar a São Paulo. A previsão é de abertura de 10 mil postos de trabalho diretos e 30 mil empregos indiretos durante o período da construção do empreendimento.

O Blog do Planalto traz, nesta quarta-feira (22/12), o quarto e último post da série especial sobre Ferrovias (ver todos os textos aqui), que inclui também a entrevista com o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo, especialista que atuou na Casa Civil da Presidência da República como um dos principais assessores da então ministra Dilma Rouseff no programa de recuperação das ferrovias nacionais.


“Nós temos hoje um quadro que já está desenhado no PAC 1 e 2. Vamos intensificar as ações na área de ferrovias. No governo Lula começamos a implantar projetos. Tínhamos uma máquina pública que estava na inércia. No caso da presidente Dilma, ela não terá essa dificuldade. Todos os projetos estão em ritmo de implantação adequado. Além das obras em andamento, existem mais 10 mil quiômetros de ferrovias que estão em estudo”, afirmou.
Bernardo informou que o governo deve investir na ligação da Norte-Sul até o Porto de Rio Grande, no estado do Rio Grande do Sul. Na parte norte, a malha contará com ligação a Barcarena, em Belém (PA), permitindo a circulação da produção de ponta a ponta (num outro ramal), a ferrovia estará ligada com o Porto de Itaqui, em São Luís (MA).
No cronograma do PAC2 previu-se também novos ramais de trens de alta velocidade (TAV). Além do projeto do trem-bala ligando Rio de Janeiro a Campinas (passando por , existem ramais em estudos entre São Paulo e Curitiba (PA), Campinas e o Triângulo Mineiro e entre Campinas e Belo Horizonte.

Os principais objetivos da política do governo federal em ferrovias são:

* Ampliação do sistema ferroviário em bitola larga e de alta capacidade;

* Eliminação de pontos críticos e recuperação de trechos ferroviários defasados, complementando a malha de bitola estreita;

* Criação de condições para a retomada do investimento de concessionários privados em obras de ampliação e recuperação da malha ferroviária delegada;

* Introdução de uma nova modalidade de transporte ferroviário de passageiros  em alta velocidade;

* Revisão do modelo regulatório, objetivando fomentar a competição pelo transporte ferroviário e consequente redução do custo do frete.

O PAC 2 também prevê a construção do trecho da ferrovia Norte-Sul entre Estrela D’oeste/SP – Panorama/SP (220 km); da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (1.040 km), interligando Campinorte/GO a Lucas do Rio Verde/MT;  e o estudo para interligação entre Panorama/SP – Chapecó/SC – Rio Grande/RS (1.620 km), que irá permitir a integração da região Sul do País às demais regiões do Brasil.

Entre 2003 e 2010, foram concluídos 504 quilômetros de ferrovias em bitola larga pelo Brasil, e outros 1.908 km estão em obras, envolvendo investimentos público e privado.

A partir da integração ferroviária, o Brasil ganhará mais competitividade e assegurará a redução de custos para os exportadores que desejam levar seus produtos aos mais diversos mercados no exterior. A aposta do governo é na transformação do modal ferroviário, com o fortalecimento também dos braços portuário, rodoviário e hidroviário.

Nenhum comentário: