quarta-feira, 3 de novembro de 2010

OS QUE CONDENAM AZIZ SÃO OS QUE TENTARAM ASSASSINÁ-LO EM 1980

Os que condenam Aziz são os que tentaram assassiná-lo em 1980”, afirma o escritor norte-americano Dreyfuss

O escritor norte-americano, Robert Dreyfuss, afirmou que “a corte farsa contra Tareq Aziz tem como juiz da forca um ex-assessor do primeiro-ministro Maliki e que concorreu sem sucesso a deputado na coalizão que apoia o ministro, a mal denominada Coalizão Estado da Lei”.

Dreyfuss destacou que “a maior ironia em todo este caso é que os mesmos que o condenaram à morte, do partido Dawa, liderado pelo primeiro-ministro Maliki, foram os que praticaram atentado contra ele em 1980 e são responsáveis por grandes atrocidades”.

Sublinhando as dificuldades em obter maioria até mesmo no Congresso eleito sob ocupação, para governar o Iraque, o escritor afirma ainda que “é claro que Maliki quer usar a execução de Aziz para obter apoio a seu partido entre os xiitas mais extremos. Quer fazer tremular a camisa ensaguentada de Aziz para tentar angariar apoio”.

BARBÁRIE

“Desde quando chegaram ao poder em Bagdá em 2003 os que agora o condenam foram responsáveis por centenas de milhares de mortes por esquadrões da morte. Os fanáticos do Dawa, dirigiram cárceres infames onde muitos inocentes foram torturados e mortos”, declarou Dreyfuss.

O Doutor em Engenharia Elétrica, pela Universidade de Iowa, o indiano Monish Chatterjee, destacou sua “repulsa e horror ao saber da ‘sentença’ imposta a Aziz, pois ela só mostra a barbárie e arrogancia dos que deixaram o Iraque em ruínas, os invasores americanos e ingleses e seu apoiadores. Vidas impiedosamente ceifadas – inumeráveis crianças – através da violência do pior tipo, são fatos que se tornaram cena diárias num país que antes era um óasis de secu-larismo em um Oriente Médio ainda dominado pelo fundamentalismo”.

“Os arquitetos desses crimes e seus tutelados têm a audácia de se sentarem como juízes e proclamar vereditos sobre suas vítimas”, diz Chaterjee.

“Estou seguro de que não estou sozinho ao afirmar minha simpatia pelos que, como Aziz, se afirmaram contra a rapina corporatista e racista aplicada contra os povos de ex-colônias”, defende o engenheiro.

O reporter do jornal Al Qabas, do Kwait, Taleb Abdulaziz declarou que “a maioria dos iraquianos condenam a pena de morte imposta sobre Tareq Aziz” e acrescentou: “Ele é um homem velho e doente e não merece esta condenação”.

Ibrahim Ebeid, ativista palestino, residente nos Estados Unidos e presidente do Comitê Iraquiano-Palestino, afirmou que “estas sentenças [de Tareq Aziz e dos ex-integrantes do governo iraquiano, Abed Hamid Mahmud e Sadun Shaker] foram para sublinhar a política criminosa das forças de ocupação depois da invasão ilegal do Iraque em 2003”.

“Se Aziz tivesse aceito testemunhar contra Sadam Huyssein no tribunal estaria solto há muito tempo, mas ele teve a dignidade de dizer que se orgulhava de haver servido no seu governo e negou-se a denegrir o presidente legítimo do Iraque”, afirmou Ebeid.

TORTURA

Ebeid informa que três juizes da corte não queriam inicialmente assinar a sentença e foram forçados a fazê-lo. “Esta é a democracia norte-americana exportada sob a ponta das armas. Membros da liderança legitima do Iraque foram submetidos à tortura severa e tratamento desumano”, destaca Ebeid.

Lembrou que Aziz já está se aproximando do fim em “uma célula decrépita, sua saúde está em estado muito grave” e que fora “marcado para morrer pelo partido Dawa, um partido de seita, hoje no governo através de Maliki”.

“A única razão para que queriam enforcar Aziz é vingança, ele não é um criminoso os reais criminosos são os que proferiram esta sentença e seus carrascos”, conclui.
HP

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