terça-feira, 30 de novembro de 2010

Lula é aplaudido de pé na Unasul


O presidente Lula afirmou, no discurso durante a 4ª Cúpula da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), na última sexta-feira (26), em Georgetown (Guiana), que os países desenvolvidos “estão todos combalidos” e não sabem como resolver a crise econômica mundial. Ele destacou que, apesar da crise financeira internacional, a América do Sul conseguiu gerar empregos.
“Eles sabiam resolver a crise da Argentina, eles sabiam resolver a crise do Peru, eles sabiam resolver a crise do México, eles sabiam resolver a crise no Brasil, mas quando a crise é deles, eles não sabem resolver”, ressaltou Lula, criticando a arrogância dos países centrais.
Lula lembrou que os EUA rejeitaram o acordo que o Brasil e a Turquia conseguiram acertar com o Irã, em maio passado, para que a República Islâmica aceitasse processar urânio fora de seu território. “O que nós fizemos com o Irã foi apenas convencer o Irã a se dispor a sentar em uma mesa de negociação, que o Conselho de Segurança da ONU estava tentando há dez anos e não conseguia”, observou.
Ele contou que os termos do acordo assinado pelo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, era igual à carta que o norte-americano Barack Obama tinha enviado ao governo brasileiro, dez dias antes, dizendo quais eram as condições para que eles aceitassem o acordo. “Qual não foi a nossa surpresa que, quando o Ahmadinejad assinou, e nós imaginávamos que eles iriam telefonar para agradecer, eles ficaram nervosos, porque dois países pobres estavam conseguindo fazer o que eles não conseguiam fazer”, assinalou. Lula também criticou a postura da imprensa brasileira, que passava a ideia de que só os Estados Unidos poderiam resolver os problemas do mundo. “Ora, como é que eles podem resolver se são eles os criadores do problema?”, indagou.
“Quero, sem nenhuma afronta a ninguém, dizer para vocês, sem nenhuma arrogância, que o bem maior que nós conquistamos, nesta América do Sul, o bem maior foi a gente aprender a andar de cabeça erguida; foi a gente aprender a gostar do nosso povo; foi a gente aprender a priorizar os nossos países”, continuou Lula.
A despedida do presidente na cúpula da Unasul provocou aplausos de pé no auditório. Lula encerrou o pronunciamento, ressaltando que o que faz a grandeza de uma nação “é a autoestima de um povo, é o orgulho de um povo”. “O que é importante é que não se pode abrir mão, em momento algum, de construir uma América do Sul forte, sem analfabetos, sem desnutrição, com avanço científico e tecnológico, mas, sobretudo, uma América do Sul, onde cada cidadão sul-americano tenha orgulho de ser do jeito que nós somos”, enfatizou.

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