Brasil terá 6 submarinos nucleares e 20 convencionais para defender o pré-sal, diz comandante da Marinha

O governo brasileiro está planejando contar até 2047 com uma frota de 6 submarinos nucleares e 20 convencionais – 15 novos e cinco revitalizados, para garantir a defesa das gigantescas reservas de petróleo descobertas no pré-sal. Com seus torpedos e mísseis, seria a força dissuasória mais poderosa do continente, para assegurar o respeito ao direito de exploração exclusiva das jazidas.

“A defesa do pré-sal, a necessidade da segurança marítima e a nova posição do Brasil no contexto internacional são fatores que reforçam a necessidade de priorizar a estratégia da dissuasão. O País possui uma linha de costa com cerca de 8.500 quilômetros de extensão, ao longo da qual se estendem nossas águas jurisdicionais, totalizando uma área aproximada de 4,5 milhões de quilômetros quadrados”, afirmou o comandante da Marinha, almirante Júlio Moura Neto.

Segundo o comandante da Marinha, nesse contexto os submarinos nucleares se destacam por sua “capacidade de ocultação e sua velocidade”, o que os torna mais eficazes no caso de um ataque a um “potencial agressor” da faixa litorânea.

“No caso de um submarino de ataque com propulsão nuclear, a ameaça a um potencial agressor se torna maior, em função da operação em maior profundidade; manutenção de elevada velocidade por tempo indeterminado, possibilitando patrulhar extensas áreas geográficas; e, claro, a capacidade de realizar ataques a múltiplos alvos, em vista de sua grande mobilidade, discrição e poder de fogo”, acrescentou Moura Neto.

De acordo o Plano de Articulação e Equipamento da Marinha (Paemb), o custo estimado de cada um dos submarinos de propulsão nuclear é de 550 milhões de euros, sendo que o primeiro deles – incluído no ProSub, o Programa de Desenvolvimento de Submarinos – já está em andamento. A frota será construída no estaleiro de Itaguaí, no Rio de Janeiro.

“No espaço junto à costa concentra-se a maioria das capitais de Estados, complexos industriais e portos marítimos; encontram-se distribuídas centenas de plataformas para exploração submarina, sendo que mais de 90% do nosso petróleo (cerca de dois milhões de barris por dia são extraídos do mar) bem como 95% do comércio exterior brasileiro – cerca de US$ 300 bilhões anualmente – são transportados por via marítima”, declarou o almirante ao jornal “O Estado de S. Paulo”.

HP