sábado, 27 de novembro de 2010

Abinee e Abimaq comemoram saída de Meirelles

A saída de Henrique Meirelles da presidência do Banco Central foi comemorada por empresários brasileiros que condenavam as altas taxas de juros impostas pelo BC em detrimento da produção e do consumo. Para Humberto Barbato, presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica Eletrônica (Abinee), o BC não pode estar acima do “bem e do mal”. “O que vimos nos últimos anos foi uma situação conflituosa entre os seus conceitos e algumas medidas do governo que visavam o estímulo à produção”, declarou. Segundo ele, esse descompasso se expressava na tentativa do governo de implementar uma política industrial que se tornava inócua diante da asfixiante política monetária de juros altos.

Barbato alertou para o processo de industrialização, por conta da excessiva valorização do Real, com a invasão de produtos acabados e componentes do exterior. A balança comercial do setor eletroeletrônico apresentará um déficit recorde de US$ 27 bilhões, resultado de importações da ordem de US$ 35 bilhões e exportações de US$ 8 bilhões.

“Em 2005, nossas exportações representavam 20,4% do faturamento do setor e, neste ano, ficará em 10,5%. Por outro lado, a participação das importações subiu de 15,9%, em 2005, para 20,7%”, disse.

BANQUEIRO

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, aprovou a decisão da presidenta eleita Dilma Rousseff de indicar o economista Alexandre Antonio Tombini para ocupar a presidência do BC a partir de 2011.

“Você não pode colocar no Banco Central uma pessoa que já trabalhou no setor financeiro. Isso cria conflito de interesse. Não posso colocar um banqueiro tomando conta do Banco Central, tem que ser um funcionário de carreira”, disse o presidente da Abimaq. Tombini é funcionário de carreira do BC, Meirelles é funcionário do Bank of Boston, onde foi presidente.

A Abimaq divulgou na quarta-feira (24) que a indústria brasileira de máquinas e equipamentos faturou R$ 59,3 bilhões de janeiro a outubro. O que representa 10,8% a mais que o acumulado no mesmo período do ano passado, quando o faturamento do setor atingiu R$ 53,5 bilhões. Comparado com os dez primeiros meses de 2008, quando os efeitos da crise econômica mundial ainda não eram sentidos no Brasil, o resultado apresenta retração de 14,6%.

Em outubro, o setor faturou R$ 5,8 bilhões, decréscimo de 9,5% em relação ao registrado em setembro. Na comparação com outubro do ano passado, o crescimento foi de 1,1%.
HP

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