terça-feira, 17 de agosto de 2010

A ONU, A IMPUNIDADE E A GUERRA.

A Resolução 1929 do Conselho de Segurança das Nações Unidas de 9 de junho de 2010 selou o destino do imperialismo.

Não sei quantos terão se dado conta de que entre outras coisas absurdas, o secretário geral dessa instituição, Ban Ki-moon, cumprindo ordens superiores, incorreu no disparate de nomear Álvaro Uribe - quando estava a ponto de concluir seu mandato – vice-presidente da comissão encarregada de investigar o ataque israelense à flotilha humanitária que transportava alimentos essenciais para a população sitiada na Faixa de Gaza. O ataque se produziu em águas internacionais a considerável distância da costa.

Tal decisão outorgava a Uribe, acusado por crimes de guerra, total impunidade, como se um país cheio de valas comuns com cadáveres de pessoas assassinadas, algumas até com duas mil vítimas, e sete bases militares ianques, mais o resto das bases militares colombianas a seu serviço, não tivesse nada a ver com o terrorismo e o genocídio.

Por outro lado, em 10 de junho de 2010, o jornalista cubano Randy Alonso, que dirige o programa “Mesa Redonda” da televisão nacional, escreveu no sítio Web CubaDebate um artigo intitulado: “O chamado governo mundial se reuniu em Barcelona”, em que assinala:

Chegaram ao prazeroso hotel Dolce em carros de luxo com vidros escuros ou em helicópteros.

Eram os mais de cem hierarcas da economia, das finanças, da política e dos meios de comunicação da América do Norte e da Europa, que vieram a este lugar para a reunião anual do Clube de Bildeberg, uma espécie de governo mundial na sombra.

O exclusivo Clube que se reuniu em Sitges nasceu em 1954. Surgiu da idéia do conselheiro e analista político Joseph Retinger. Seus impulsionadores iniciais foram o magnata norte-americano David Rockefeller, o príncipe Bernardo da Holanda e o primeiro-ministro belga, Paul Van Zeeland.

Sua primeira reunião se realizou no Hotel Bilderberg, en Osterbeck, Holanda, a 29 e 30 de maio de 1954. Dali saiu o nome do grupo, que desde então se reuniu anualmente, exceto em 1976.

A ‘organização’ exige que ninguém conceda entrevistas nem revele nada do que um participante individual tenha dito. É requisito imprecindível o domínio da língua inglesa, não há tradutores presentes.

Não se sabe com exatidão os alcances reais do grupo. Os estudiosos dessa entidade dizem que não é por acaso que se reúnam sempre um pouco antes que o G-8 (antigo G-7) e que busquem uma nova ordem mundial de governo, exército, economia e ideologia única.

David Rockefeller disse em uma reportagem na revista Newsweek: ‘Algo deve substituir os governos e o poder privado me parece a entidade adequada para fazê-lo’.

O banqueiro James P. Warburg afirmou: ‘Gostem ou não gostem terermos um governo mundial. A única questão é se será por concessão ou por imposição’.

Eles conheciam dez meses antes a data exata da invasão do Iraque; também conheciam o que ia acontecer com a bolha imobiliária. Com informação como essa se pode fazer muito dinheiro em todo tipo de mercados.

Para os estudiosos, um dos temas que mais preocupam o Clube é a ‘ameaça econômica’, o que significa China e sua repercussão nas sociedades norte-americanas e europeias.

Sua influência na elite é demonstrada com o fato de que Margaret Thatcher, Bill Clinton, Anthony Blair e Barack Obama estiveram entre os convidados ao Clube antes de que fossem eleitos ao mais alto cargo governamental na Grã Bretanha e nos Estados Unidos. Obama compareceu à reunião de junho de 2008 na Virgínia, EUA, cinco meses antes de seu triunfo eleitoral e sua vitória já era prognosticada desde a reunião de 2007.

Entre os que chegaram a Sitges estavam importantes empresários como os presidentes da Fiat, Coca-Cola, France Telecom, Telefônica da Espanha, Suez, Siemens, Shell, Novartis e Airbus.Também se reuniram gurus das finanças e da economia como o famoso especulador George Soros,os assessores econômicos de Obama, Paul Volcker y Larry Summers, o flamante secretário do Tesouro britânico, George Osborne, o ex-presidente do Goldman Sachs e da British Petroleum, Peter Shilton (...), o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellic, o diretor general do FMI, Dominique Strauss-Kahn, o diretor da la Organização Mundial do Comércio, Pascal Lamy, o presidente do Banco Central Europeu, Jean Claude Trichet, o presidente do Banco Europeu de Investimentos, Philippe Maystad.

Algum órgão importante dos meios de comunicação radiofônicos, televisivos ou impressos disse alguma palavra? É essa a liberdade de imprensa que tanto apregoam no ocidente? Pode algum deles negar que estas reuniões sistemáticas dos financistas mais poderosos do mundo ocorrem todos os anos?

“O poder militar enviou alguns de seus falcões - continua Randy. O ex-secretário da Defesa de Bush, Donald Rumsfeld, seu subalterno, Paul Wolfowitz, o secretário geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen e seu antecessor no cargo, Jaap de Hoop Scheffer.”

“Os especuladores da notícia falam que o poder na sombra analisou o futuro do Euro e as estratégias para salvá-lo, a situação da economia europeia e o rumo da crise. Sob a religião do mercado e o auxílio dos drásticos cortes salariais se pretende continuar prolongando a vida do doente”.

“O mais perigoso, que foi publicado no jornal espanhol ‘Público’, é o consenso majoritário dos membros do Clube a favor de um ataque norte-americano ao Irã. Lembrar que os membros do Clube sabiam a data exata da invasão ao Iraque de 2003, dez meses antes que ocorresse”.

Acaso é uma invenção caprichosa a ideia, quando isso se soma a todas as evidências expostas nas últimas Reflexões? A guerra contra o Irã já está decidida nos altos círculos do império, e somente um esforço extraordinário da opinião mundial poderia impedir que estoure em prazo muito breve. Quem oculta a verdade? Quem engana? Quem mente? Algo do que se afirma aqui pode ser desmentido?
FIDEL CASTRO

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