sexta-feira, 11 de junho de 2010

A CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE DEMOCRÁTICA E REPÚBLICANA

Os empresários e trabalhadores brasileiros precisam do Estado, e o Estado precisa dos empresários e trabalhadores para, juntos, construírem uma sociedade democrática, republicana e estável,

que promova o desenvolvimento por igual em todo o País, afirmou o presidente Lula em discurso nesta quarta-feira (9/6) durante a abertura do 82º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), realizado em Maceió (Alagoas). O setor, disse o presidente, vive um momento mágico e tem que aproveitar essa oportunidade para mapear os avanços obtidos e o que falta fazer para que se possa aprimorar ainda mais, além de apresentar sua pauta de reivindicações para apontar novas referências para o governo fazer.

A construção civil brasileira, seja a construção civil leve, seja a construção civil pesada, vive um momento mágico neste País. Em todas as cidades, em todos os estados, na cidade pequena ou na cidade grande. E isso porque nós arrumamos a casa e o Brasil está agora colhendo os frutos daquilo que plantou. (…) E não vai poder parar mais.

Lula afirmou sentir pena dos governantes brasileiros antes dele, porque estavam todos “atrofiados”, sem recursos para financiar grandes obras, sem crédito para oferecer aos empresários.

O último presidente que teve condições de fazer grandes investimentos em infraestrutura, por exemplo, foi Ernesto Geisel, “que conseguiu porque o dólar estava muito barato e nós tomamos dinheiro emprestado nos anos 70 para fazer uma boa política de desenvolvimento”. Mas veio o forte aumento de juros promovido pelo Banco Central americano e o Brasil ficou “sufocado durante duas décadas e meia”, afirmou o presidente, passando então a ficar dependendo da “boa vontade do FMI para fazer as coisas”.

Lula elogiou o fato do encontro estar sendo realizado num pequeno estado do Nordeste, Alagoas, que durante muitos anos foi “carimbado como estado que nasceu para não dar certo”, um estado que tinha muitas dificuldades, e que hoje vive uma realidade diferente -- como o resto do País. Isso graças ao papel que foi devolvido ao Estado brasileiro, de indutor da economia, promovendo medidas que ajudaram diversos setores, como a construção civil, que sofreu durante 20 anos com a falta de investimentos em obras dos governos federal, estaduais e municipais, lembrou o presidente.

O Brasil agora tem crédito. “Não é possível um capitalismo sem capital”, reafirmou o presidente Lula durante o encontro da construção civil em Maceió, citando a importância de programas como o Minha Casa, Minha Vida na retomada do setor e comparando o volume de recursos disponíveis no País quando chegou à Presidência aos de hoje. O Brasil tinha em 2003, R$ 380 bilhões para crédito no País inteiro -- dinheiro que o Banco do Brasil sozinho oferece hoje ao mercado. A Caixa Econômica Federal (CEF) tinha R$ 5 bilhões para financiamento da casa própria, hoje são R$ 47 bilhões -- com meta de chegar a R$ 55 bilhões este ano. O BNDES conseguia liberar no máximo R$ 38 bilhões e no ano passado chegou a emprestar R$ 139 bilhões e já projeta chegar a mais de R$ 150 bilhões em 2010. “É só disponibilizar o crédito que as coisas acontecem”, disse.

Inventou-se que o Estado tinha que ser o Estado mínimo, de que o Estado era inoperante, de que o Estado era um fracasso.

Agora, quando aconteceu a maior crise econômica depois do crack de 1929, foi o Estado que conseguiu retomar a economia -- e no Brasil, foi o Estado que tomou a decisão de comprar banco.

O País aprendeu a gostar de si próprio e não quer mais voltar ao tempo de vacas magras, afirmou Lula sob aplausos dos empresários da construção civil. “Somos um País de 190 milhões de ‘caras’, são os empresários, são os trabalhadores, são os intelectuais. Nós estamos em um outro patamar”, disse ele. “Daqui pra frente, só temos como melhorar”,

Vejam a integra do discurso:

BLOG DO PLANALTO

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