quinta-feira, 27 de maio de 2010

QUEREM NOSSA ÁGUA!

A ideia da transposição das águas do Rio Paraíba do Sul para abastecimento de água das regiões metropolitanas avança no estado de São Paulo.

Mas ela tem para o Rio de Janeiro um potencial negativo tão impactante como seria a possibilidade de perda dos royalties do petróleo.

As regras para a repartição dos meios de subsistência são estabelecidas por leis. Leis que estão em vigor.

Alterá-las unilateralmente seria inaceitável. No eixo geográfico do Vale do Paraíba e sua área de influência são gerados quase 60% da renda nacional. No passado, o Vale sustentou o I e o II impérios, durante o Ciclo do Café, e hoje é uma das regiões mais dinâmicas do país.

O Paraíba nasce em São Paulo, com o nome de Paraitinga e, quando se junta ao Paraibuna, torna-se um dos principais rios do Brasil. Segue seu curso por 1.150km, até atingir o Oceano Atlântico, na praia de Atafona, em São João da Barra, Rio de Janeiro.

Por onde passa semeia vida e alimenta esperanças.

Vários fluxos d’água formam a Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul, sistema que supre as necessidades de água de 180 municípios de três estados: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. No Rio é a única alternativa de sobrevivência para cerca de 12 milhões de pessoas. No total, são 39 cidades de São Paulo, 53 do Rio e 88 de Minas beneficiadas por suas águas.

Querendo solucionar seus problemas de abastecimento a montante, São Paulo desconhece ou não se importa com os problemas que podem ocorrer a jusante. Para nós fluminenses, por razões óbvias, esta é uma questão de vida ou morte e não uma mera disputa com São Paulo. Os cariocas, especialmente, precisam saber que o Paraíba do Sul, juntandose ao Guandu, abastece 85% do consumo de nossa capital.

Tudo começou com o decreto n o52.748, de 26 de fevereiro de 2008, do governo do estado de São Paulo, que deu origem ao Projeto de Transposição das Águas do Paraíba do Sul. Com o desvio de sua vazão, pretende-se abastecer regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e Baixada Santista e áreas adjacentes.

Os recursos hídricos do Paraíba são apenas suficientes para a atual demanda.

Urge, portanto, barrar este projeto.

Neste sentido, seria importante a realização de um fórum, com a participação de todos os entes interessados, em busca de uma saída para o problema.

As bacias do Vale do Ribeira, Alto Tietê, Piracicaba, Capivari, Jundiaí, Baixada Santista, Sorocaba e Médio Tietê são alternativas para os paulistas suprirem seu déficit hídrico e terem atendidas suas justas necessidades.

Tentam reduzir drasticamente

NOEL DE CARVALHO.
DEPUTADO ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO

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