Se programa de TV do PT teve tanto peso como alegaram, Dilma estaria muito à frente de Serra
A "Folha de S. Paulo” anunciou uma reforma geral na diagramação, trocou as fontes das manchetes, acabou com editorias, mudou colunistas, etc, mas continua insistindo em fraudar as pesquisas eleitorais.
Isso é o que revela o levantamento divulgado no último fim de semana pelo Datafolha mostrando Dilma e Serra empatados com 37% na intenção de votos. A diferença, segundo o instituto, caiu de 12 pontos a favor do tucano para zero. De acordo com a “Folha”, o crescimento de Dilma em 7 pontos e a queda de 5 pontos de Serra foram causados pelo programa de televisão do PT, que foi ao ar no último dia 13 de maio.
Se isso é verdade, conclui-se que o empate mostrado pelo instituto da Folha é uma farsa. A ex-ministra deveria estar bem à frente do candidato tucano já que dois outros institutos, o Vox Populi e o Sensus, em pesquisas realizadas antes do programa do PT, mostravam que a ex-ministra já havia passado à frente de José Serra.
O levantamento do Vox Populi, realizado de 8 a 13 de maio, apontou Dilma passando de 29% em janeiro para 38% das intenções de voto e Serra caindo de 38% para 35% de apoio no mesmo período.
A pesquisa Sensus, realizada de 10 e 14 de maio, por sua vez, revelou Dilma com 35,7% das preferências e Serra com 33,2%. Em janeiro, na pesquisa do Sensus, Serra estava com 40,7% e Dilma com 28,5%. Dilma, subiu, portanto, 7,2 pontos e Serra caiu 7,5 pontos percentuais.
Ora. Se o programa do PT teve esse peso todo que a Folha avaliou, a pesquisa do seu instituto, realizada de 20 a 21 de maio, portanto, depois do programa, não poderia deixar de captar uma diferença ainda maior a favor de Dilma Rousseff. Mas não. O Datafolha ficou apenas num mero empate. Não tem o menor cabimento. Como já haviam passado sete dias do programa do PT, pela lógica deles mesmos, a diferença teria que ser maior do que aquelas obtidas pelo Vox Populi e o Sensus.
Mas, o Datafolha, apesar dos fatos, seguiu teimando em fraudar a pesquisa. O empate é claramente uma tentativa de conter Dilma e abanar Serra. Na contramão dos fatos e desmentido pelos demais institutos que já apontam uma dianteira de Dilma, a Folha insiste em fabricar um resultado falso. Esse malabarismo todo só fará aumentar o seu desgaste.
Eles tinham achado que jogando Serra para cima, como fizeram em março, e atacando os outros institutos, a situação estaria resolvida. Depois era só ir administrando a farsa até a eleição. Para isso fabricaram o crescimento mirabolante de 10 pontos do tucano no sul e botaram Serra com 42% das intenções de voto contra 30% de Dilma. A ex-ministra teria perdido, segundo eles, quatro pontos percentuais na região. Com isso Serra ficou 12 pontos na frente a nível nacional.
Ninguém acreditou na história. Nem mesmo o Montenegro, dono do Ibope, quis se queimar. Não acompanhou a farsa. Tirou o corpo fora e deixou o Datafolha completamente isolado. Aliás, até um editorialista da própria “Folha”, Clóvis Rossi, naquela ocasião, considerou “um denso mistério” a pesquisa do instituto.
Agora, o instituto tem que ajustar seus números, mas continua insistindo na mentira. Como tinham exagerado muito na manobra anterior, tiveram agora que “despencar” o Serra dez pontos no sul, passando para apenas 38% e Dilma “disparou” 15 pontos também na região, passando a 35%.
Tudo para chegar ao “empate” nacional. Mas essa queda da diferença na pesquisa do Datafolha de agora não foi feita para se redimir. Ela foi montada para disfarçar e poder seguir roubando. Isso é o que fica claro quando eles manchetam o “empate” entre Dilma e Serra quando todo mundo sabe que a candidata do presidente Lula está bem à frente do tucano na disputa eleitoral, além da margem de erro.
Aliás, o próprio Serra já sabe disso, tanto que está tratando repórteres com rispidez e já começa a pedir socorro para Aécio Neves.
SÉRGIO CRUZ
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