quarta-feira, 21 de abril de 2010

ELETRONORTE ENTRARÁ COMO SÓCIA ESTRATÉGIA NA USINA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE

A Eletronorte, subsidiária da Eletrobrás, será a operadora da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). A estatal entrará como sócia estratégica do consórcio vencedor do leilão.

A Eletrobrás detém o maior conhecimento do projeto da nova usina. A Eletronorte iniciou em 1975 estudos para a exploração do potencial energético na Bacia do Rio Xingu, desenvolvendo o primeiro projeto da usina em 1980, além de realizar na década de 1990 estudos de impacto ambiental para a sua construção.

Participam da disputa para a construção da usina dois consórcios. O Norte Energia, reunindo nove empresas, é liderado pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), com participação de 49,98%, seguido pela construtora Queiroz Galvão (10,02%); Gaia Energia e Participações (10,02%); construtora J. Malucelli (9,98%); Cetenco Engenharia (5%); Galvão Engenharia (3,75%); Mendes Junior (3,75%); Serveng-Civilsan (3,75%) e Contern (3,75%).

Do consórcio Belo Monte Energia, participam Furnas Centrais Elétricas (24,5%); Eletrosul Centrais Elétricas (24,5%) e com 12,75% cada a Andrade Gurierrez, Vale, Neoenergia e Companhia Brasileira de Alumínio.

Com custo de construção estimado em R$ 19,6 bilhões, o BNDES pretende financiar até 80% do projeto. De acordo com informações divulgadas em seu site, o BNDES afirma que “poderá atuar de forma direta, indireta (por meio de seus agentes financeiros) ou mista. No caso de operações indiretas, o risco da operação ficará por conta das instituições financeiras que repassarão os recursos”.

Com capacidade instalada superior a 11 mil MW, a usina de Belo Monte será a terceira maior usina do mundo e o maior projeto do setor elétrico brasileiro, considerando que Itaipu é binacional.

INGERÊNCIA

Após afirmar que vai ao Congresso norte-americano para pedir “providências” contra a construção de Belo Monte, o diretor de cinema canadense James Cameron lançou mão de um conhecido argumento intervencionista de que a questão amazônica não é um problema dos brasileiros. “Washington deve estar interessado, porque não é um problema apenas do Brasil, é um problema internacional”, disse o diretor de “Avatar”. Além disso, Cameron já anunciou que está interessado em criar um fundo para financiar “ações” contra a construção da usina no Xingu, e, com isso, produzir um documentário para ser oferecido junto com uma edição extra do DVD de “Avatar”.

O curioso é que James Cameron nada faz para impedir em seu país a matança indiscriminada do narval - mamífero cetáceo pertencente à família monodontidae, que também inclui a beluga –, que está em vias de extinção. Também não se pronucia sobre a caça sem freio das focas no Canadá, nem mesmo contra o extermínio dos 2.500 gansos canadenses que vivem perto dos aeroportos de Nova Iorque, como quer a prefeitura daquela cidade.

LUIZ ROCHA

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