quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

32 PAÍSES CONDENAM INGLATERRA POR SAQUEAR O PETRÓLEO DAS MALVINAS

Cúpula da Unidade da América Latina e Caribe defende respeito à soberania Argentina sobre o arquipélago e repudia a pilhagem britânica

Os 32 países que participam em Cancún, no México, da Cúpula da Unidade da América Latina e do Caribe (CALC) repudiaram a tentativa de exploração de petróleo nas águas próximas às Ilhas Malvinas, em território argentino usurpado pela Inglaterra.

O presidente mexicano, Felipe Calderón, em seu caráter de anfitrião e coordenador da Cúpula - onde estiveram presentes 25 chefes de Estado - assinalou que “aprovamos dois textos: uma Declaração de Presidentes onde as Chefas e Chefes de Estado e de Governo aqui presentes reafirmam seu respaldo aos legítimos direitos da República Argentina na disputa de soberania com o Reino Unido relativa à questão das Ilhas Malvinas”. O segundo texto, sublinhou Calderón, “é o Comunicado Especial sobre a Exploração de Hidrocarbonetos na Plataforma Continental que fere todo o estabelecido pelas Nações Unidas a respeito e solicitado insistentemente pela Argentina, no sentido de retomar as negociações sobre a questão”.

UNÂNIME

Quando a presidente Cristina Kirchner desembarcou no domingo passado no local do encontro, o chanceler argentino, Jorge Taiana, informou-lhe que havia acordo unânime para que a declaração sobre “os legítimos direitos da República Argentina” sobre as Malvinas seja a primeira a ser aprovada pela CALC, o novo foro regional que deve fundir o Grupo do Rio (América do Sul e Central) com os países do Caribe.

A declaração, a qual teve acesso o jornal Clarín, de Buenos Aires, na segunda-feira, especifica que a soberania da Argentina é sobre as ilhas Malvinas, Georgias e Sandwich do Sul e os espaços marítimos circundantes”. Ou seja, a área que, nesse dia começava a ser perfurada pela Inglaterra em busca de petróleo.

Prospecções realizadas por empresas inglesas estimam que há 60 bilhões de barris de petróleo na zona. Ante as ameaças dos invasores de iniciar a exploração do óleo, o governo argentino apresentou um protesto formal e proibiu a circulação dos navios que se dirigissem às ilhas por águas argentinas sem a permissão das autoridades. Desrespeitando a ONU e os insistentes comunicados sobre a violação à soberania, o governo britânico informou que já começaram os trabalhos de perfuração.

O foro reunido no balneário de Cancún inclui as ex-colónias britânicas do Caribe. O chanceler da Jamaica, Kenneth Baugh, foi quem liderou o apoio à Argentina entre as nações do CARICOM, a organização que congrega os países do Caribe. Ali se agrupam 14 pequenas nações insulares e Belice. A maioria delas conseguiu sua independência do Reino Unido nas últimas décadas, mas isso não foi obstáculo para que junto com os outros países latino-americanos defendessem a soberania argentina sobre as Malvinas e condenassem a decisão inglesa de avançar na exploração do petróleo alheio. O governo de Honduras, não reconhecido pela maioria dos países presentes, não foi convidado ao evento.

PRESIDENTES

Além do apoio explícito do presidente mexicano à posição argentina, até o fechamento da edição já haviam se manifestado no mesmo sentido os presidentes do Equador, Rafael Correa; do Chile, Michele Bachelet; de Cuba, Raúl Castro; da Venezuela, Hugo Chávez; da República Dominicana, Leonel Fernández; da Guatemala, Alvaro Colom e da Bolívia, Evo Morales.

O assessor internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Garcia, declarou que “as Malvinas têm de ser reintegradas à soberania argentina” e que na Cúpula da América Latina e Caribe, “o Brasil manterá a posição histórica de solidariedade com a Argentina”.

SUSANA SANTOS

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