quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

BRASIL E UCRÂNIA NOVO PARCEIRO COMERCIAL

Presidente Lula e a primeira Primeira-Ministra da Ucrânia, Yulia Tymoshenko, em encontro no Clube dos Ministros em Kiev Foto: Ricardo Stuckert/PR



No último compromisso da visita oficial à Ucrânia, o presidente Lula defendeu maior diversificação na relação comercial entre Brasil e Ucrânia. O presidente brasileiro se reuniu com a primeira-ministra Yulia Tymoshenko e propôs aumentar a parceria com os empresários ucranianos, gerando como resultado prático a ampliação do comércio exterior entre os dois países. Lula explicou que as principais áreas de interesse estão nos setores energético e naval e destacou que a exploração do petróleo na camada pré-sal impulsionará o segmento off-shore, com a construção de plataformas e embarcações.


“Saio de Ucrânia com a sensação de que estamos descobrindo uma parte do mundo que nós conhecíamos muito pouco”, discursou. Durante o pronunciamento o presidente brasileiro abordou também outros temas, lembrando da reunião das Nações Unidas sobre o clima, que ocorre este mês em Copenhague (Dinamarca) e a participação do BNDES no financiamento do projeto Cyclone. De Kiev, Lula seguiu para Berlim, Alemanha, onde cumpre agenda nesta quinta-feira (3/12).
Em sua declaração conjunta e entrevista coletiva após o encontro com o presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko, o presidente Lula destacou que além das oportunidades comerciais, é importante que Brasil e Ucrânia explorem suas posições convergentes sobre temas de interesse global. Para ele o momento exige firmeza e coerência dos líderes mundiais para enfrentar os desafios desse início de século, agora que os fatos mostram que o mundo não pode ser regido por um grupo de 7 ou 8 países ricos sem levar em conta mais da metade da humanidade.



Lula acredita ser imperativo que os paradigmas da governança mundial mudem, especialmente depois que a última crise econômica provou que estavam errados:
“A crise é resultante da hegemonia de paradigmas econômicos e políticos profundamente equivocados que encobriam desenfreada especulação. Dominavam teses sobre as excelências do Estado mínimo, sobre as vantagem das privatizações de empresas publicas, sobre a crítica forte à presença reguladora do Estado… Tudo isso conduziu a economia global a beira do abismo. Mas a crise é também uma oportunidade para a construção de uma nova ordem e governança internacionais.”
Para o presidente é preciso reformar as Nações Unidas com a inclusão de novos membros para que enfim a instituição responsável pela paz mundial possa avançar em legitimidade e eficácia. Para ele as organizações políticas e econômicas multilaterais já não podem prescindir da legitimidade dos países em desenvolvimento para a tomada de decisões. Não faz sentido que o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, por exemplo, continuem a operar nos moldes tradicionias depois de o Brasil – e vários outros países em desenvolvimento – emprestar US$ 14 milhões para o Fundo.
Cooperação Brasil – Ucrânia
Depois de duas décadas de relações diplomáticas, Ucrânia e Brasil já se ajudam em muitas áreas. Por exemplo, têm acordo de cooperação espacial e buscam se tornar atores relevantes no uso pacífico do espaço. Juntos esperam realizar o primeiro voo de qualificação do veículo de lançamento do satélite Cyclone-4 ainda em 2010. Lula destacou que a produção de satélites e de veículos lançadores é componente essencial do projeto de defesa do território brasileiro, e terá efeitos multiplicadores em atividades de sensoriamento remoto, serviços meteorológicos e controle do espaço aéreo nacional. Na área da defesa, pretendem explorar a complementariedade industrial para produzir juntos equipamentos de defesa.
Outro campo de cooperação é no esporte. Técnicos ucranianos elevaram a ginástica artística brasileira a outro patamar, formando inclusive campeões mundiais. Em sua fala agradeceu ao voto da Ucrânia no Rio de Janeiro como sede das olimpíadas de 2016 e disse que a ajuda do país na preparação de atletas brasileiros será fundamental.
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