domingo, 22 de novembro de 2009

Goldman Sachs e o Bezerro de Ouro

Mr. Lloyd Blankfeint, presidente do Goldman Sachs, o banco recordista de Wall Street em bônus e lucros pós-bailout, afirmou ao jornal londrino “Sunday Times”, que “os bancos fazem o trabalho de Deus”, declaração exposta na manchete em primeira página. Supondo-se que não esteja se referindo à natureza divina dos derivativos e do carry trade, nem ao costume do Goldman Sachs de nomear Secretários do Tesouro e chefes de gabinete da Casa Branca, entra governo, sai governo nos EUA, pode-se inferir que, conforme Mr. Blankfeint, o roubo praticado pelos bancos é uma dádiva de Deus para quem é roubado ...


Desenvolvendo mais sua teologia banqueirística e o novo marco regula-tório do Bezerro de Ouro, ele acrescentou ainda que os bancos “desempenham um papel social”, ajudando as empresas a crescer, investir e gerar empregos – como extensamente visto e revisto antes e durante o bailout. Mais social que isso, só os juros compostos, os swaps cambiais e o investment grade. Com laços mais modestos com o Altíssimo, o primeiro Rockefeller, o capo da Standard Oil, disse certa vez que “Deus me deu o meu dinheiro”. Afinal, Este só pode recompensar quem rapina e monopoliza.


A desfaçatez dos barões ladrões ao estilo século XXI provocaram respostas. Como registrou Paulo Nogueira Jr., representante do Brasil no FMI, “se o sr. Blankfein, que teve sua face sorridente também estampada na primeira página do jornal, resolver sair à rua, será provavelmente caçado a pauladas feito ratazana prenhe (como diria Nelson Rodrigues).”


A.P.



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