segunda-feira, 9 de novembro de 2009

ATERRO DE SEROPÉDICA: POSSÍVEL CONTAMINAÇÃO DE AQUÍFERO PREOCUPA


A impossibilidade de se avaliar o tamanho do risco de contaminação do Aquífero Piranema, local de armazenamento de água subterrânea, foi o principal tema do debate sobre a instalação do Centro de Tratamento de Resíduos Santa Rosa (CTR), em Seropédica, Baixada Fluminense. A reunião sobre o CTR, que será responsável pelo tratamento de lixo da cidade do Rio de Janeiro e da Região Metropolitana, foi realizada nesta sexta-feira (06/11), pela Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).


"É indiscutível que um centro de tratamento é a melhor maneira de se tratar o lixo, porém precisamos de outras informações para uma avaliação da possibilidade de contaminação do aquífero. Por isso, vamos criar uma comissão, dentro da comissão de meio ambiente, e visitaremos o local junto com representantes da sociedade civil. Vamos pedir outros estudos sobre soluções para o tratamento do lixo da região metropolitana, mas se o CTR Santa Rosa for uma solução viável apoiaremos o projeto", comentou o presidente da comissão, deputado André Lazaroni (PMDB).


Durante o encontro, representantes da empresa S.A. Paulista/Haztec apresentaram o projeto de construção do CTR e os benefícios que o empreendimento trará para a população. "O objetivo é alcançar resultados com alta eficiência, sem impacto para o meio ambiente e para a região.

Com o modelo implantado, será possível garantir o fechamento do ciclo do lixo, ou seja, da origem, ao gerenciamento, tratamento, monitoramento e disposição final dos resíduos", garantiu a gerente de meio ambiente da empresa, Adriana Felipetto. Segundo ela, o CTR é a solução mais segura, moderna e eficiente para tratar os diversos tipos de lixo. "Uma central é formada por um aterro sanitário e serviços ambientais, que reúnem, num mesmo local, diferentes unidades de tratamento e destinação final de resíduos", disse Felipetto.


Já os benefícios enumerados pela companhia são os seguintes: geração de aproximadamente 1.600 empregos na fases de obras e de operação, solução dos problema do lixão da região, aquecimento econômico local, melhoria da qualidade de vida da população e desenvolvimento de projetos socioambientais junto à comunidade.


O vice-prefeito e secretário Municipal do Meio Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Alberto Vieira Muniz, considerou vital a aprovação do projeto, apesar de reconhecer que é difícil convencer os moradores de que será bom para a comunidade ter um aterro sanitário na região. "Estamos buscando soluções para o problema e com a obra teremos uma redução de 30% no número de lançamento de gases poluentes na atmosfera. Sem contar com os benefícios para a cidade de Seropédica, que terá, por exemplo, o seu lixo domiciliar tratado no aterro sem custo para a prefeitura", ponderou Muniz.


A escolha do local foi o único impasse levantado durante a reunião. "Eu não tenho dúvidas de que essa é a melhor alternativa para se tratar o lixo, mas não tenho certeza quanto à localização do aterro. Ali existe um aquífero e isso pode vir a ser um problema muito grave", disse o deputado Alessandro Molon (PT). Contudo, tanto os técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), como os especialistas do Departamento de Recursos Minerais do Rio de Janeiro (DRM-RJ), aprovaram a iniciativa e afirmaram que nenhum projeto será 100% seguro. "Uma catástrofe sempre pode acontecer, mas nós analisamos o projeto e a possibilidade de contaminação pelo chorume proveniente desse aterro é praticamente nula", comentou a coordenadora de Meio Ambiente e Projetos Especiais do DRM-RJ, Débora Toci. A definição da área de instalação foi feita utilizando os seguintes critérios: dimensão, acesso, vizinhança, distância de aeroporto, vegetação, material de cobertura, topografia e relevo. Segundo a apresentação, o aterro terá vida útil de 18 anos e depois um projeto prevê a renovação da área com a construção de um parque e área de lazer para a comunidade.


Também estiveram no encontro os deputados Altineu Côrtes (PR), Flávio Bolsonaro (PP), Anabal (PHS) e José Nader (PTB), além de representantes da Comissão Estadual de Controle Ambiental (CECA), e da Câmara de Vereadores de Seropédica.



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