domingo, 4 de outubro de 2009

O Brasil saiu mais forte do G-20 Por zé Dirceu


O Brasil saiu mais forte do G-20 Por zé Dirceu
(artigo publicado no Blog do Noblat em 02 de outubro de 2009)

Realizada em Pittsburgh (a antiga cidade do aço nos Estados Unidos, hoje centro de alta tecnologia, educação e medicina avançada), a reunião de cúpula do G-20 conseguiu resultados importantes para o estabelecimento de novos patamares para a economia internacional. É inegável que o principal deles é o de apoiar as políticas de estímulo ao crescimento e ao emprego, capítulo em que o Brasil figurou como exemplo às demais nações.


Mas foi relevante também a consolidação da autoridade do G-20 e a derrocada do G-8. Por decisão negociada, o comunicado oficial da cúpula passa ao G-20 (formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Européia) o papel de principal fórum de discussão econômico mundial, antes ocupado pelo G-8 (formado pelos sete países mais industrializados além da Rússia).


A cúpula abriu caminho para a reforma das instituições financeiras internacionais, como o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial (Bird), entre outras, por meio da reformulação do atual arranjo de forças nesses organismos internacionais.

Foi ampliado o direito de voto dos países emergentes nessas instituições. No caso do FMI, serão “pelo menos 5%” de repasse de cotas das nações desenvolvidas para os emergentes; no caso do Bird, a reforma prevê a transferência de 3% das cotas.


Além disso, foi retomada a agenda da reforma do sistema bancário e financeiro internacional com mais controle e regulação, papéis que não estarão mais nas mãos do FMI, mas que terão o G-20 como fórum condutor.

Os resultados do encontro desmentem todas as análises e previsões de nossos tucanos com seus ex-embaixadores e ex-ministros de relações exteriores à frente, que têm atuado como verdadeiros profetas do apocalipse ao invés de analistas da realidade econômica.

Se estivessem fazendo análise econômica, teriam que reconhecer o papel importante do governo do presidente Lula, que, com sua acertada política externa e medidas anticíclicas, fez do nosso país o último a ingressar na crise e o primeiro a sair dela.


Não à toa o Brasil exerceu papel de relevo no encontro do G-20, porque foi capaz de se antecipar no caminho correto na maior crise dos últimos cem anos, estimulando o consumo e o crescimento econômico, mas particularmente o emprego, uma das preocupações demonstradas na cúpula.

Ao final deste ano, teremos criado 1 milhão de novos postos de trabalho com carteira assinada. No ano que vem, teremos um crescimento previsto de 4,5% do PIB (Produto Interno Bruto), quando o FMI prevê 3% para a média mundial em 2010.


A atuação brasileira na reunião do G-20 pode ser elogiada por sua posição correta —e vitoriosa— de se alinhar aos demais países emergentes e a algumas nações desenvolvidas para combater a proposta dos Estados Unidos e do Reino Unido para que as reformas das instituições econômico-financeiras após a bancarrota mundial fossem coordenadas pelo FMI.

Mas o verdadeiro destaque está no fortalecimento da economia brasileira com uma política que lançou as bases para a solidez diante de crises internacionais.

Dos participantes do encontro do G-20 veio admiração com os impressionantes números da economia brasileira, de crescimento e de capacidade de criação de empregos.

O principal motivo para esse desempenho é a opção política tomada pelo governo Lula de fortalecer os bancos públicos brasileiros e de colocá-los como artífices do crescimento, através da oferta de crédito justamente no momento de crise.

Uma economia sólida, em crescimento constante e estruturado, no qual o Estado estimula e promove políticas de distribuição de renda e de incentivo à criação de empregos. São por essas razões que saímos maiores da reunião do G-20. Essa é a real vitória do Brasil.

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