domingo, 20 de setembro de 2009

Serra e PSDB vêem “princípios éticos” em governadora denunciada pelo MP por chefiar organização criminosa




Serra e PSDB vêem “princípios éticos” em governadora denunciada pelo MP por chefiar organização criminosa

O governador de São Paulo, José Serra, e lideranças nacionais do PSDB assinaram uma nota em apoio à governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, denunciada por formação de quadrilha pelo Ministério Público Federal no Estado. Uma CPI foi instalada na Assembleia Legislativa gaúcha para investigar a fraude tucana nos cofres públicos.


O documento dos tucanos dá solidariedade à Yeda e ressalta: “A direção nacional do PSDB, os governadores eleitos pelo PSDB e os líderes partidários vêm reiterar o enorme respeito que têm pela governadora Yeda Crusius e por toda a sua longa trajetória política, construída com competência e respeito a princípios éticos”.


Além de Serra, assinam a nota os governadores Aécio Neves (Minas Gerais), Teotônio Vilela Filho (Alagoas), José de Anchieta Júnior, os senadores Sérgio Guerra (presidente nacional do PSDB), Arthur Virgílio (líder da bancada no Senado) e o deputado federal José Aníbal (líder da bancada na Câmara).

Além da CPI, Yeda Crusius ainda vai sofrer um processo de impeachment, que foi aceito pelo presidente da Assembléia do Rio Grande do Sul, Ivar Pavan, atendendo a um pedido feito pelo Fórum dos Servidores Públicos Estaduais, no dia 9 de julho, alegando crime de responsabilidade enquadrado na Lei Federal n.º 1.079/50, artigo 9.º, nos itens 3, 4, 6 e 7.

“Não há dúvida do esquema criminoso que desviou recursos públicos. E há sérios indícios que relacionam a chefe do Poder Executivo com o processo de corrupção no Detran além de outras irregularidades que podem caracterizar improbidade administrativa e crime de responsabilidade”, disse o presidente da Assembléia. O pedido vai ser levado para leitura em plenário e publicação no Diário Oficial da Assembléia. Depois será formada uma comissão para analisar e encaminhar o processo.

Uma equipe de assessoramento técnico do presidente da Assembléia analisou 25 volumes com mais de 6 mil páginas da ação civil pública do Ministério Público Federal que tramita na Justiça Federal. A equipe encontrou 26 pontos no processo que vinculam a governadora ao esquema que desviou R$ 44 milhões do DETRAN-RS, ao analisar documentos e escutas telefônicas reunidas pelo MPF, Polícia Federal e Poder Judiciário. Isso sem falar da arrecadação pelo caixa dois durante e depois da campanha que a elegeu governadora.

Suspeita-se que a casa de R$ 750 mil da governadora foi comprada com dinheiro do caixa dois. A denúncia do MPF envolve a governadora, seu ex-marido Carlos Crusius e mais 7 pessoas ligadas a ela.

Nas escutas realizadas, colaboradores próximos de Yeda no Detran afirmam enfaticamente que a governadora tinha conhecimento dos fatos.

Nenhum comentário: