domingo, 20 de setembro de 2009





Os presidentes dos países que integram a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), reunidos em Kinshasa no dia 11, reivindicaram o imediato fim das sanções contra o Zimbábue.




O anfitrião do encontro, presidente da República Democrática do Congo, Joseph Kabila, denunciou que as sanções sabotam o desenvolvimento e o bem-estar do povo do Zimbábue.

O comunicado final do encontro afirma que “considerando os progressos gerados pela aplicação de um acordo político global, chamamos a comunidade internacional a levantar toda forma de sanção contra o Zimbábue”.

REFORMA AGRÁRIA

Para manter as sanções econômicas, que incluem a negação de fundos por instituições financeiras, os EUA seguem denunciando ataques à democracia.

O boicote contra a ex-colônia britânica, de 11 milhões de habitantes e com 73% de sua população em zonas rurais, fez-se mais forte desde o ano 2000, quando o presidente Robert Mugabe acelerou a reforma agrária.


Na reunião participaram os chefes de Estado Jacob Zuma, da África do Sul; Armando Guebuza, de Moçambique; Robert Mugabe, do Zimbábue, e Lucas Pohamba, da Namíbia, além de delegações dos demais integrantes da Comunidade, que são Angola, Botsuana, Lesoto, Mada-gascar, Malawi, Suazilândia, Tanzânia e Zâmbia.


Uma delegação da União Européia visitou o Zimbábue durante esta semana e foi recebida por Robert Mugabe, integrantes de seu partido Zanu-PF; pelo primeiro-ministro Morgan Tsvangirai e seu partido MDC-T.


O jornal do Zimbá-bue, The Herald, denunciou que Tsvangirai “pretende que a União Européia mantenha as sanções contra o Zimbábue” apesar do acordo firmado pelos dois partidos e apoiado pela União Africana e pela SADC denominado Global Political Agreement (GPA - Acordo Político Global), pelo qual Tsvangirai assumiu o posto de primeiro-ministro.

Ele participou de um comício em Bulawyo, mesma cidade e no mesmo dia em que membros da delegação se encontraram com ele para dizer que No comício ele declarou que “o partido Zanu-PF continua a violar a lei, perseguir parlamentares nossos e a ignorar tratados internacionais”.

Integrantes do partido Zanu-PF também denunciaram que nos encontros com os europeus somente eles argumentavam contra as sanções enquanto que os do MDC-T “ficavam estra-nhamente em silêncio”.

O The Herald denuncia que Tsvangirai quer forçar o governo a lhe ceder mais postos do que o acordado.

O ministro do Desenvolvimento da Suécia, Gumilla Carlson, defendeu Tsvan-girai dizendo que “as medidas restritivas são decididas pela União Européia” e que “não cabe ao primeiro-ministro [Tsvangirai] retirá-las”.

MUGABE


O presidente Mugabe esclareceu aos europeus que o Zanu-PF fez a sua parte e o governo procedeu à posse de Tsvangirai e demais ministros por ele indicados. Mugabe declarou que deputados do MDC-T foram presos sob acusação de sequestro e estupro “ofensas muito graves em qualquer país do mundo”.

“Ou os senhores pretendem que os deputados no Zimbábue estejam acima da lei?”, questionou o presidente. Mugabe esclareceu que o ministro do Interior, encarregado da polícia, foi indicação acordada pelo Zanu-PF e MDC-T. “Eu duvido que ele mandaria prender de forma arbitrária membros de seu próprio partido”, disse Mugabe.

O presidente Mugabe pediu aos europeus que prestassem atenção aos pontos de vista africanos sobre a questão do Zimbábue como referentes a um país soberano e independente. “A Europa deve se reportar a nós como um país africano e não como se fôssemos membros de sua comunidade. Nós não somos parte da Europa”.

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