segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Hoje na História: Em 1942, nazismo promove cerco de Leningrado

Hoje na História: Em 1942, nazismo promove cerco de Leningrado





Ao mesmo tempo em que os soviéticos (pintura do cerco a Leningrado, Sergei Nemanov)conseguiam se defender da iminência do ataque das tropas nazistas à capital da URSS, a situação em Leningrado tornava-se caótica. Em 8 de setembro de 1942, os alemães romperam a resistência que buscava deter o cerco à cidade, e, com a ajuda de tropas finlandesas, estabeleceram o sítio.




A estratégia estava definida. Leningrado deveria ser submetida a um implacável cerco e ser arrasada com o fogo de artilharia e bombardeios aéreos. Qualquer pedido de rendição deveria ser prontamente negado. Nas palavras de Adolf Hitler, o objetivo era a “total extinção por meio da fome e do frio e da destruição por meio do fogo”.




Três milhões de pessoas foram aprisionadas na cidade que teve as suas comunicações cortadas. A população decidiu resistir e lutar. Cavaram milhares de quilômetros de trincheiras e fossos antitanques. Estava desenhado o quadro do mais terrível sítio da história que duraria dramáticos 900 dias e que custou a vida de pelo menos um milhão de seus moradores. Somente em 27 de janeiro de 1944 o Exército Vermelho conseguiu rompê-lo.






Em recente discurso a veteranos, o ex-presidente e atual primeiro-ministro, Vladimir Putin, disse que a Grande Guerra Patriótica deu grandes exemplos de heroísmo dos soldados, como em Brest, por onde começou a invasão nazista, e em Stalingrado. "Mas a defesa de Leningrado é um caso especial, pois não só deu demonstrações de heroísmo entre os militares, mas significou uma façanha sem precedentes da população civil", comentou.




Com o inimigo às portas da cidade, dezenas de milhares de civis foram mobilizados para levantar fortificações e formar milícias populares, para as quais nem sequer havia armas e que eram enviadas à frente com uma média de um fuzil para trinta homens, sob o lema patriótico "A arma será conseguida em combate".




Cerca de 20 mil pessoas morreram na defesa da cidade e outras 10 mil morreram sob as bombas, mas foram a fome e o inverno, com temperaturas de -40ºC, que mais estragos fizeram entre os habitantes. Um relatório da inteligência nazista citado pela imprensa assinalava em fevereiro de 1942 que a média de civis mortos era de "entre 2 mil e 3 mil por dia", e outro soviético confirmava em março que "morrem por dia entre 3,2 mil e 3,4 mil pessoas".




Na cidade, onde a ração de pão diária nos piores momentos foi de só 125 gramas do alimento, o impacto da fome era tão forte que muitos habitantes se viram forçados a praticar o canibalismo, segundo documentos da época ocultados pela propaganda soviética, mas abertos posteriormente a historiadores. A situação foi tão dramática que os pais não deixavam seus filhos sair sozinhos à rua por medo de serem seqüestrados por quadrilhas que depois vendiam carne humana.




"Já comem carne humana, que conseguem no mercado", dizia um relatório secreto enviado no dia 23 de fevereiro de 1942 ao líder comunista de Leningrado, Andrei Zhdanov.



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