terça-feira, 5 de maio de 2009

A ESTÚPIDA NECESSIDADE DA COMPARAÇÃO .

As vezes nos encontramos com uma certa angústia com razões não muito claras.
Mesmo estando com uma boa casa, trabalhando, com família, saúde, carro na garagem, ainda assim muitos de nós trazem dentro de sí, algo perturbador, que incomoda, mesmo estando tudo bem.
Já teve a sensação de que algo muito animado está acontecendo em algum lugar para o qual não foi convidado?
É como se nos considerássemos deslocados e impedidos de ser feliz como os outros são ou aparentam ser.
Só que chega uma hora em que é preciso deixar de ficar tão ligado na grama do vizinho...
As festas, o glamour, são frutos da televisão, das revistas, que estão infestadas de falsas felicidades, falsos sorrisos e falsas notícias.
Os jornais e revistas alardeiam muito as vitórias dos famosos, fica parecendo que todos estão comemorando grandes paixões e fortunas.
Mas será que na verdade, a festa lá fora está tão animada assim?
Eles falam pouco das angústias dos famosos e poderosos, revelam pouco suas aflições, e não dão bandeira das suas fraquezas.
E só quando somos maduros, descobrimos que a grama do vizinho não é tão verde coisíssima nenhuma.
Estamos todos no mesmo barco, com motivos pra dançar pela sala e também motivos pra se refugiar no escuro, alternadamente. Só que os motivos para se refugiar no escuro raramente são divulgados.
Prá consumo externo, todos são belos, sexy, lúcidos, íntegros, ricos, sedutores, enfim, campeões em tudo!
Estão tentando nos vender um mundo de faz-de-conta e o pior; muitos estão comprando
Fica difícil mesmo achar que a vida da gente tem graça gente, mas tem.
Ou será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a todos os produtos dos patrocinadores?
Eu já vi; e lá só tem um monte de nada.
Compensa passar a vida comendo alface para ter um belo corpo?
Será que é tão gratificante, ficarem ismiuçando sua vida?
Estarão mesmo todos realizando um milhão de coisas interessantes enquanto minha mulher fica sentada no sofá pintando as unhas do pé, e eu assistindo um bom filme?
Favor não confundir uma vida sensacional com uma vida sensacionalista.
As melhores festas acontecem dentro da nossa própria vida.
Paz interior, boas músicas, bons livros, bons passeios. O encontro com os amigos leais
Uma boa risada.
Conhecer um novo lugar.
Uma risada gostosa de filhos, netos dentro de casa.
Lavar o carro e dar banho no cachorro com o filho.
O doce não fazer nada em casa no final de semana, acompanhado daquela soneca na rede.
A chuva no telhado.
Mesmo desilusões, mágoas, momentos de tristeza, tudo isso faz valer a pena.
Não vamos deixar que esses falsos valores nos afetem e nos transformem em pessoas tristes e desiludidas.
E pior ainda, que afetem nossos filhos.
(Martha Medeiros)

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