sábado, 1 de novembro de 2008

Presidente afirma que o Estado deve regulara economia do país



O presidente Lula criticou, nesta terça-feira, na abertura da 9ª Cúpula Brasil-Portugal, em Salvador, a especulação financeira e defendeu o papel do Estado na defesa dos interesses da sociedade. “Houve um tempo em que os políticos andaram de cabeça baixa, porque o mercado podia tudo, só o Estado não podia nada. Agora chegou a vez de um Estado que tenha força política para regular a economia do País, para regular o sistema financeiro”, disse o presidente.
“Fomos eleitos, assumimos compromissos com o povo, e o Estado, diante da crise mundial, volta a ter papel extraordinário, porque todas essas instituições, que passaram três décadas negando o papel do Estado, na hora da crise procuram o Estado para socorrê-las das crises que elas mesmo criaram”, acrescentou Lula, dirigindo-se ao Primeiro-Ministro da República de Portugal, José Sócrates, presente ao encontro.
Lula foi rigoroso ao falar da especulação acelerada que provocou a maior crise econômica desde 1929. “O sistema financeiro tem obrigação de ganhar o seu dinheiro em coisas que gerarão empregos, produtos, riqueza. Não podemos permitir que o sistema financeiro mundial brinque com a sociedade. Nós não podemos permitir que alguém fique rico trocando apenas papéis, às vezes papéis que perpassam oito, nove, dez instituições, todas ficando ricas, sendo que poucas vezes se gerou a produção de um paletó, de um botão ou de um alfinete”, destacou o presidente.
“As empresas brasileiras têm grandes investimentos, rodovias, ferrovias, siderurgia, portos, agricultura”, frisou. “Trabalhamos honestamente por seis anos para por a economia num padrão respeitável no Brasil inteiro. É por isso que juntamos US$ 207 bilhões em reservas”, prosseguiu. “É por isso que fizemos ajustes fiscais. Entretanto, por que estamos vivendo sinais da crise? É porque alguns setores resolveram investir em derivativos, construir um cassino. Portanto, quem foi para a jogatina, perdeu. Portanto, ninguém tinha o direito de tentar, diria de forma ilícita, mais do que aquilo que o próprio sistema produtivo do País oferecia”, completou o presidente.

Nenhum comentário: