terça-feira, 11 de novembro de 2008

Lula: sistema financeiro ruiu e com ele o dogma da não-intervenção do Estado
Em discurso na abertura da reunião do G-20 (grupo dos ministros da área econômica e presidentes dos Bancos Centrais das 20 maiores economias do mundo), realizada em São Paulo, no último fim de semana, o presidente Lula responsabilizou a especulação financeira dos países ricos pela crise econômica mundial. “A crise”, disse ele, “nasceu nas economias avançadas”. “Ela é conseqüência da crença cega na capacidade de auto-regulação dos mercados e, em grande medida, na falta de controle sobre as atividades de agentes financeiros”, apontou. “Muitos dos que antes abominavam um maior papel do Estado na economia passaram a pedir desesperadamente sua ajuda”, lembrou.
“Por muitos anos especuladores tiveram lucros excessivos, investindo o dinheiro que não tinham em negócios mirabolantes”, denunciou o presidente, lembrando que “agora todos estamos pagando por essa aventura”. “Esse sistema ruiu como um castelo de cartas e com ele veio abaixo a fé dogmática no princípio da não intervenção do Estado na economia”, afirmou.
Lula combateu também a idéia, difundida pelos arautos do neoliberalismo e funcionários dos monopólios financeiros, que as decisões de política econômica não podem ser tomadas pelos representantes políticos da sociedade. “Temos de trazer para a esfera pública decisões antes tomadas por supostos especialistas, mas que só serviam interesses privados”, denunciou.
Ele avaliou que, diante da gravidade da crise atual, o G-7 sozinho “não tem mais condições de conduzir os assuntos econômicos do mundo”. “A contribuição dos países emergentes é essencial. Por isso enfatizo o que disse antes. Precisamos aumentar a participação dos países em desenvolvimento nos mecanismos decisórios da economia mundial”. “Devemos revisar o papel dos organismos existentes ou criar novos, de forma a fortalecer a supervisão e a regulação dos mercados financeiros”, completou

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