sábado, 18 de outubro de 2008

EUA: perda das aposentadorias privadas chega a US$ 2 trilhões
Nos últimos 15 meses, milhões de americanos recebem os extratos de suas contas 401 (k) e vêem a cada mês a poupança que irá sustentar a velhice indo pelo ralo. Para o diretor de Orçamento do Congresso, Peter Orszag, “a perda será ainda maior”
O sistema de aposentadoria privado dos EUA já perdeu US$ 2 trilhões nos últimos 15 meses, segundo o jornal inglês “Financial Times”. O FT considerou esse número a “Pedra Rosetta” para a “compreensão do impacto da crise financeira sobre a sociedade americana”, assinalando que, antes da venda em massa de ações neste mês, “60% dos americanos faziam aplicações em ações, frente a 10% em 1980”.
Ou seja, graças à ganância e fraudes dos especuladores de Wall Street, e dos vigaristas que garantiam que bom era a previdência na mão dos bancos privados e nos fundos de apostas, a poupança de uma vida inteira de milhões e milhões de americanos já foi saqueada em US$ 2 trilhões. A questão ameaça se transformar, em breve, em um dos maiores escândalos da história dos EUA.
No sistema de previdência privada a que a maior parte dos trabalhadores dos EUA está submetida, eles têm de contribuir mensalmente para contas individuais denominadas 401 (K), que são aplicadas em ações, só podendo começar a fazer saques na hora da aposentadoria, no mínimo com 59 anos e meio de idade, ou sofrendo um pesado pedágio se antecipar as retiradas. O confisco chega, nas contas do FT, a “quase o triplo” do que o secretário do Tesouro Paulson pediu para doação a Wall Street, e “mais que o dobro do custo da guerra no Iraque”.
Todo mês esses milhões e milhões de americanos recebem os extratos de suas contas 401 (k), e nos últimos 15 meses estão vendo a poupança para sustentar a velhice indo pelo ralo. O que levou o FT a considerar essa questão como um dos maiores cabos-eleitorais de Obama. Mas a coisa pode ficar pior do que esses US$ 2 trilhões. Na sexta-feira dia 10, a bolsa de Nova Iorque chegou a desabar mais de 18% - a maior queda já havida em um dia -, lembrou o FT, para acrescentar que o diretor do Escritório de Orçamento do Congresso dos EUA, Peter Orszag, relatou na terça-feira dia 14 que a perda será “ainda maior”.

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