quinta-feira, 24 de julho de 2008



Povo acolhe Bashir em Darfur e rechaça corte colonialistaPopulação de Al-Fasher tomou as ruas para receber e ouvir o presidente sudanês: "Nós vamos continuar a desenvolver Darfur e a explorar o nosso petróleo" O Sudão não é, e nem será, lacaio da América", afirmou o presidente do Sudão, Omar Bashir, ao falar para uma multidão que o saudou na capital de Darfur, Al-Fasher, no dia 23. "Nós vamos continuar a desenvolver Darfur e a explorar o nosso petróleo", disse o presidente.Centenas de milhares saíram às ruas de Al-Fasher para apoiar o presidente e repudiar a agressão à soberania do país pelo promotor do Tribunal Penal Internacional (TPI), Luis Moreno Ocampo, que emitiu mandado de prisão ilegal contra Bashir. "Mentiroso, mentiroso Ocampo", clamavam os milhares de presentes à manifestação. "A conversa de Ocampo não nos preocupa", disse Bashir. "Nós sabemos quem está por trás dele e quem o está manipulando".No dia seguinte, Bashir foi recebido com festa na cidade de Nyala, ao sul de Darfur. Além disso, o presidente irá visitar Geneia, a oeste de Darfur, perto da fronteira com o Chad, onde a guerra causou a maior destruição. Nesta cidade, Bashir vai vistoriar as obras de recuperação de infra-estrutura e moradia que estão em curso para criar condições para o retorno de refugiados."Eu digo aos moradores de Darfur que vamos devolver a paz e a segurança a vocês", declarou o presidente sob intensos aplausos e saudações. "Vamos devolver aos desabrigados e aos refugiados serviços básicos como água, saúde e eletricidade. Cada pessoa deslocada deve retornar para sua vila. O governo fornecerá ajuda social", acrescentou Bashir."Nós estamos aqui para mandar uma mensagem ao mundo: nós somos um povo de paz, nós queremos a paz, somos nós que fazemos a paz. Se Ocampo quer nos aterrorizar, diremos a ele que não nos prostramos perante mais ninguém que não seja Alá", declarou o presidente.A Assembléia Nacional aprovou, no dia 14, a Nova Lei Eleitoral, que convoca eleições gerais para o início do ano que vem com a participação de formações que estavam rebeladas e organizações civis de Darfur. A lei foi resultado da assinatura do "Amplo Acordo de Paz", com a participação da grande maioria das forças nacionais, inclusive as de Darfur, no dia 9 de junho, com a mediação da União Africana. "As forças que movem Ocampo tentam impedir que avancemos, obstruindo as eleições previstas para o ano que vem e sabotando os esforços para alcançar a paz em Darfur", afirmou Bashir.Os países árabes se mobilizaram em defesa do Sudão e de seu governo legítimo e transferiram a Bashir um plano conjunto para enfrentar a crise. A União Africana pediu ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que desautorize as acusações do TPI contra o presidente sudanês, e a Liga Árabe denunciou que elas abrem um precedente perigoso.O presidente da Síria, Bashar Al Assad rejeitou a decisão do TPI: "Esta decisão da corte sabota os esforços para estabelecer a paz em Darfur e mina a estabilidade no Sudão". O presidente também enfatizou que a Síria, que presidiu o encontro da Liga, vai fazer "tudo o que for necessário em termos de solidariedade ao Sudão, que está sofrendo complôs cujo alvo é a sua estabilidade".O Conselho de Ministros do Exterior dos Países Árabes, reunido no Cairo, também rejeitou a decisão de Ocampo e declarou-a "legalmente inválida e fora de sua jurisdição". O Conselho acrescentou seu repúdio a este "atentado que busca minar a soberania e a estabilidade do Sudão" e convocou a comunidade internacional e as organizações internacionais a "confrontarem a decisão do TPI nos terrenos jurídico e político"."O governo do Sudão tem buscado a paz e cooperado com a ONU e a União Africana neste sentido", destaca o Conselho de Ministros.

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